O vice-presidente da Câmara de Gaia e os restantes detidos na Operação Babel começaram a ser ouvidos esta quinta-feira à tarde no Tribunal de Instrução Criminal do Porto. Em causa estão suspeitas de corrupção e abuso de poder em projetos urbanísticos avaliados em 300 milhões de euros.
Cinco dos sete detidos no âmbito da Operação Babel regressaram ao Tribunal de Instrução Criminal para primeiro interrogatório judicial, depois de mais uma noite na prisão anexa à PJ do Porto.
O principal rosto desta investigação é Patrocínio Azevedo, o vice-presidente da Câmara de Gaia.
O Ministério Público acredita que terá acelerado e facilitado projetos urbanísticos do grupo Fortera a troco de relógios de luxo e subornos no valo de 125.000 euros, tendo como intermediário o advogado João Lopes.
Entre os detidos estão também o empresário Elad Dror, o diretor do grupo Fortera, que pretendia construir a torre mais alta do país, em Vila Nova de Gaia.
Ainda assim, é sobre Riverside que a investigação é mais detalhada. No total são 126 apartamentos de luxo com vista para o rio Douro.
O investimento terá esbarrado na descoberta de achados arqueológicos, que punham em causa a capacidade construtiva e mais tarde também na linha rubi.
Para o Ministério Público, Patrocínio Azevedo terá tentado pressionar o presidente do Metro do Porto para desbloquear mais areia no negócio imobiliário.
Em comunicado, a empresa, que também foi alvo de buscas, esclarece que, por duas vezes, deu parecer negativo ao empreendimento e que o traçado da linha rubi não sofreu qualquer alteração.
Os arguidos respondem por alegados crimes de corrupção, abuso de poder e recebimento indevido de vantagem em negócios avaliados em 300 milhões de euros.
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