A Polícia Judiciária afastou, nesta quarta-feira, as hipóteses de terrorismo e de radicalização como justificação para o ataque no Centro Ismaelita de Lisboa. Luís Neves, diretor da PJ, referiu que o cidadão afegão, Abdal Bashir, suspeito “e autor” do ataque, terá sofrido um surto psicótico.
O responsável da polícia voltou a deixar uma mensagem de solidariedade em relação à comunidade ismaelita e apelou a que não se façam generalizações, até porque o ato cometido é de “natureza comum”. Luís Neves garantiu, por isso, que foram afastados todos os sinais de motivação de extremismo religioso. "Estamos a falar de delito de natureza comum", apontou, depois de horas de trabalho da polícia para determinar o grau de ameaça. “Não há um mínimo indício, um único sinal de matriz religiosa”, volta a vincar o alto responsável da PJ, sublinhando que o autor do ataque tem uma vida “ocidentalizada”, com os filhos integrados na sociedade em que se inserem. Abdul Bashir, de 28 anos, vive em Portugal com os três filhos, depois da morte da mulher, no campo de refugiados na Grécia.
A Polícia Judiciária “mapeou” a vida do suspeito, desde a fuga do Afeganistão, a passagem por Lesbos até à chegada a Portugal, em 2021. Será ainda realizada uma perícia psiquiátrica. De acordo com o diretor da PJ, serão também efetuadas, “a qualquer momento”, buscas domiciliárias à casa do suspeito, cuja autorização está dependente do juiz de instrução criminal.
O suspeito foi operado no Hospital de São José, tendo sido depois transferido, nas últimas horas, para o Hospital Curry Cabral, com uma lesão grave em uma das pernas e uma lesão abdominal. Terá de ser submetido a nova cirurgia.
O agressor, hospitalizado após ser baleado pela polícia, não deverá ter alta antes de um período de 10 dias e só então haverá condições para ser submetido a interrogatório pelo juiz de instrução, acrescentou ainda o diretor nacional da PJ.
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