Um homem que ajudou a organizar uma manifestação contra a Igreja Católica e a realização da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa financiada por um Estado laico está prestes a citar uma passagem da Bíblia. “Para percebermos a paz que eles tinham na cabeça”, diz, antes de começar a leitura do versículo Mateus 5:30:
“E, se tua mão direita te fizer pecar, corta-a e atira-a para longe de ti; pois é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. O casamento é sagrado.”
A manifestação começou às 19h no Martim Moniz, em Lisboa, perto das Escadinhas da Saúde, no largo de onde se sobe em direção ao Castelo de São Jorge. Do outro lado, na praça principal, está uma estrutura maior: um evento da Jornada Mundial da Juventude, com dezenas de jovens que às 19h estavam atentamente a acompanhar a transmissão televisiva da Via Sacra no Parque Eduardo VII. Cerca de 50m e uma estrada movimentada separam os dois lados.
No lado que protesta, percebe-se que o ódio à Igreja Católica é um ódio antigo: “Nós somos as filhas das bruxas que eles queimaram”, diz numa das primeiras intervenções ao microfone uma voz feminina. Cartazes com mensagens similares foram visíveis ao longo da manifestação, composta sobretudo por jovens mas com todas as idades representadas. O símbolo anarquista está no centro de uma das estruturas montadas para suportar as mensagens gráficas, há várias bandeiras e símbolos LGBTQ+ a brilhar ao sol de fim de tarde, vê-se algures a foice do Partido Comunista.
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