Artur Bordalo, mais conhecido pela assinatura artística Bordalo II, numa homenagem ao seu avô, o pintor Real Bordalo, tornou-se conhecido por transformar lixo em obras de arte urbana. Já muitos terão visto ao vivo as suas enormes esculturas públicas, espalhadas pelo país e pelo mundo, feitas a partir de desperdício a recriarem rostos e corpos de animais que passam a habitar a selva urbana. A produção e o consumo excessivos de coisas, que resultam na produção contínua de “lixo”, são os temas centrais de sua produção, num alerta para a importância da sustentabilidade do planeta e alterações climáticas. Mas a sua vertente de artista ativista tem ganho peso, com o que chama de “provoques”, intervenções críticas no espaço público.
Esta semana tem sido notícia por uma dessas acções numa crítica ao dinheiro público gasto pela autarquia na Jornada Mundial da Juventude. O próprio tem sido requisitado por várias entidades, públicas e privadas, para a produção de obras de arte, mas ao contrário do que aponta ao presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, diz ser cuidadoso com os custos enquanto produtor. E afirma nesta entrevista ao Expresso estar a dar voz a muita gente indignada com a Igreja.
A sua última obra está a ter enorme impacto nas redes sociais e nos media nacionais e internacionais depois de ‘invadir’ esta semana um dos palcos da Jornada Mundial da Juventude, no Parque Tejo, para desenrolar um enorme tapete com notas de 500 euros estampadas. Nas redes sociais chamou-lhe “Walk of Shame”, ou passadeira da vergonha, e juntou-lhe a tirada “Habemos Pasta”. O que o levou a esta ação? Resulta de uma raiva a nascer-lhe nos dentes, adaptando parte de uma letra de Sérgio Godinho?
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