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Recreio é “tão importante” como a sala de aula: sem telemóvel, retira-se um “obstáculo” à socialização dos mais novos

Recreio é “tão importante” como a sala de aula: sem telemóvel, retira-se um “obstáculo” à socialização dos mais novos
picture alliance

Mais de 8800 pessoas já assinaram uma petição a pedir que não seja permitido o uso de telemóvel nos recreios das escolas, para que crianças e adolescentes possam conviver, brincar e socializar. Numa altura em que os próprios admitem estar viciados nas redes sociais, os dois psicólogos consultados pelo Expresso consideram que seria uma boa decisão. Dados sobre o uso destes meios cada vez mais cedo – e através dos quais preferem comunicar – preocupam

“Viver o recreio escolar, sem ecrãs de smartphones” é o mote de uma petição que defende que as escolas estejam “equipadas com caixas, cacifos ou armário próprio onde, à primeira hora, os telemóveis sejam guardados” e recolhidos apenas no final do dia. Assim, os alunos “continuam a poder contactar ou ser contactados pelos pais” e passam a “poder fazer atividades de recreio, mas sem utilizar o telemóvel”.

O documento – que já conta com mais de 8800 assinaturas – pede a revisão do atual estatuto do aluno, “em prol da socialização das crianças nos recreios”: a lei n.º 51/2012 proíbe a utilização de equipamentos tecnológicos apenas nos “locais onde decorram aulas ou outras atividades formativas”, exceto quando “esteja diretamente relacionada com as atividades a desenvolver e seja expressamente autorizada pelo professor”. Segundo a petição, o uso de telemóveis nos recreios escolares está a “alterar os padrões de socialização das crianças”.

A opinião dos dois especialistas ouvidos pelo Expresso vai no mesmo sentido: esta seria uma boa medida. “É de muito bom senso não permitir o uso de telemóvel na escola”, considera Eduardo Sá, que “há muitos anos” defende a ideia. “O recreio é tão importante como a sala de aula. É uma oportunidade ímpar de as crianças e os adolescentes se misturarem uns com os outros, de se conhecerem, serem obrigadas a socializar, de se zangarem, de competirem, de fazerem tudo aquilo que uma convivência descontraída lhes pode dar”, justifica o psicólogo.

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