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Ensino

“Os jovens sentem que estagnam, que não os deixam progredir. As empresas não tiram partido da geração mais qualificada para criar riqueza”

Cláudia Sarrico é professora de Economia e Gestão, investigadora na área das políticas de ensino superior e integra a comissão independente criada pelo governo para avaliar o regime jurídico das instituições do ensino superior.
Cláudia Sarrico é professora de Economia e Gestão, investigadora na área das políticas de ensino superior e integra a comissão independente criada pelo governo para avaliar o regime jurídico das instituições do ensino superior.
Rui Oliveira
De que as nossas universidades formam bem, Portugal não tem dúvidas. Então, o que falta para atrair a tão denominada “geração mais qualificada” para as empresas portuguesas? Como podem as empresas acolher e ganhar com a presença dos jovens? E como poderá o ensino superior adaptar-se ao mercado global de trabalho? Na nova era, diplomas não significam competências, sublinha Cláudia Sarrico, investigadora na área das políticas de ensino superior. Esta é a segunda de uma série de entrevistas sobre quem é, o que quer e o que pensa a geração entre os 15 e os 35 anos

Há um hiato entre aquilo que os jovens esperam encontrar no mercado de trabalho e o que realmente encontram. Enquanto professora, chegam-lhe estes relatos?
Há ex-alunos meus que me contam que ficam desapontados porque estavam à espera de outra realidade. O que muitas vezes acontece é que eles sentem que estagnam, que não os deixam progredir. Falo em termos salariais, mas também em termos de realização pessoal. Até penso que muitos jovens vão para fora não por inexistência de emprego, mas por quererem fazer outras coisas, ambicionarem mais, quererem crescer, desenvolver novas competências, e sentirem que cá não conseguem. Ficando em organizações que não conseguem aproveitá-los, há uma erosão de competências dos jovens ao longo do tempo. Os conhecimentos são esquecidos. Por isso eu tenho defendido que, neste momento, uma das coisas que o Ensino Superior tem de fazer é virar-se para novos públicos. Não só o dos jovens vindos diretamente do secundário, mas para quem está no mercado de trabalho. Nós temos uma das taxas mais elevadas de participação no ensino superior na faixa dos 18 aos 20 anos, mas começa logo a decair a partir dos 20 anos – e muito a partir dos 30 anos.

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