Coronavírus

Unilabs coloca-se à disposição das autoridades para reabrir ou encerrar definitivamente centro do Porto onde foram dadas vacinas “nulas”

Unilabs coloca-se à disposição das autoridades para reabrir ou encerrar definitivamente centro do Porto onde foram dadas vacinas “nulas”
JOSÉ COELHO/LUSA

Em causa está a falha detetada na cadeia de frio no Queimódromo do Porto. 980 pessoas afetadas: autoridades já sublinharam que a segurança dos vacinados não está em causa e que no máximo o ato de vacinação será considerado “nulo” - o que implicará a toma de nova dose, algo que ainda está por decidir. Caso seguiu para a PJ

A Unilabs diz que respeita e compreende a importância dos inquéritos em curso, com os quais está a colaborar, "para que se dissipem quaisquer dúvidas relativamente a todos os temas em questão, nomeadamente no que diz respeito ao funcionamento rigoroso do centro" onde foram detetados problemas na refrigeração de vacinas inoculadas em 980 pessoas.

Em função disso, a rede de laboratórios responsável pela gestão do centros de vacinação do Queimódromo do Porto diz em comunicado estar "à inteira disposição das autoridades, da ARS Norte e da task force para o reabrir ou para o encerrar em definitivo, de acordo com o que as autoridades entendam como mais apropriado".

Empresa argumenta que comunicou de imediato a falha

A quebra na cadeia de frio que comprometeu as condições de refrigeração de algumas doses de vacinas contra a covid-19 nos dias 9 de agosto, segunda-feira, e 10, terça-feira, e ocorreu na sequência de uma falha de comunicação no sistema de temperatura do frigorífico, aliada a uma falha de procedimento.

As duas falhas fizeram com que a Unilabs só tivesse detetado a situação no dia 10 de agosto ao início da tarde.

"Assim que tivemos visibilidade desta situação, comunicámos imediatamente ao ACES Ocidental – entidade presente em permanência no local -, que colocou as vacinas de quarentena de forma imediata, como estipulam os procedimentos. A inoculação de vacinas desse lote foi suspensa de imediato", informa a empresa em comunicado.

Na tarde de quarta-feira, dia 11, a vacinação só pôde continuar porque o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) fez chegar novas vacinas ao Centro de Vacinação, estas pertencentes a um lote armazenado dentro dos parâmetros adequados.

"Em face do problema em causa, dedicámo-nos a 100%, para perceber o que teria de facto acontecido", garante ainda a Unilabs. Perante um pedido do ACES, a empresa elaborou um relatório e tem colaborado com as investigações em curso e, "numa base diária", tem comunicado com a ARS Norte e com o ACES "para mitigar o problema e o que fizemos para reforçar procedimentos no futuro".

O Expresso sabe que os utentes, a quem foi prometido contacto por parte da Administração Regional de Saúde do Norte, receberam uma mensagem de telemóvel onde se pode ler: "sobre a sua vacina, no Queimódromo, por favor contacte vacina.covid@arsnorte.min-saude.pt".

Na sequência deste caso, a task force decidiu, com a concordância do Ministério da Saúde, suspender a operação deste centro de vacinação e "abrir de imediato um inquérito", informou em comunicado. "Foram dadas instruções, após rápida concordância do Ministério da Saúde, para suspender as operações deste centro de vacinação. A ocorrência foi de imediato encaminhada para a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), Polícia Judiciária (PJ) e Administração Regional de Saúde (ARS) Norte, tendo sido aberto um inquérito que se encontra em curso", esclareceu a task force.

O coordenador da task force, Gouveia e Melo, já disse também que “o único risco que pode haver [para as pessoas afetadas] é a vacinação ser considerada um ato nulo”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: jascensao@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas