O anúncio chegou por Jeff Zients, o coordenador para a covid-19 da Casa Branca: “Dado o forte portefólio de vacinas que os Estados Unidos têm e que já foi autorizado pela FDA, e visto que a vacina da AstraZeneca não está autorizada nos Estados Unidos, não precisamos de usar a vacina da AstraZeneca nos próximos meses”
Os Estados Unidos vão distribuir cerca de 60 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, avançou esta segunda-feira a agência Associated Press (AP). Não se sabe ainda os timings e os países visados por esta operação.
A iniciativa será colocada em marcha quando for validada pela agência que regula o mercado do medicamento e dos alimentos nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA).
O anúncio chegou por Jeff Zients, o coordenador para a covid-19 da Casa Branca: “Dado o forte portefólio de vacinas que os Estados Unidos têm e que já foi autorizado pela FDA, e visto que a vacina da AstraZeneca não está autorizada nos Estados Unidos, não precisamos de usar a vacina da AstraZeneca nos próximos meses”.
Zients disse também que por essa razão os Estados Unidos estavam a procurar soluções para partilhar as doses daquela vacina, algo que aconteceria assim que estivessem disponíveis.
Os Estados Unidos têm atualmente três vacinas autorizadas, nomeadamente as da Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson, que é de toma única e que já está também a ser administrada aos cidadãos daquele país.
A AP refere ainda que 10 milhões de doses da vacina da AstraZeneca foram produzidas nos EUA, nomeadamente em Baltimore, e que aguardam a validação da FDA, um processo que deverá estar encerrado nas próximas semanas. Numa outra fase, os EUA preveem terminar de produzir mais 50 milhões de doses, uma operação já em marcha, para assim que houver luz verde da FDA serem distribuídas em maio e junho.
O vice-presidente sénior da Câmara do Comércio dos EUA, Myron Brilliant, apelou na sexta-feira à Administração Biden para esta libertar milhões de doses daquela vacina que estão em stock, apontando para Índia, Brasil e outros países em dificuldades como principais destinatários, pode ler-se num artigo de sábado da Agência Reuters.
"As doses da vacina não serão necessárias nos Estados Unidos, onde está estimado que os fabricantes de vacinas estarão aptos a produzir doses suficientes para vacinar todos os americanos, no início de junho", disse Brilliant em comunicado. "Ninguém está livre da pandemia até que estejamos todos livres dela."
Na Europa, a AstraZeneca tem estado debaixo do holofote por outras razões. Bruxelas anunciou esta segunda-feira que avançou com uma ação em tribunal contra a farmacêutica AstraZeneca devido aos incumprimentos contratuais e às sucessivas falhas nas entregas de vacinas destinadas aos países da União Europeia (ver AQUI).
O porta-voz do executivo comunitário, Stefan de Keersmaecker, justificou esta ação judicial exigindo o cumprimento da entrega das 300 milhões de doses encomendadas à AstraZeneca.
"A Comissão Europeia deu início, na última sexta-feira, a uma ação judicial contra a empresa AstraZeneca devido aos incumprimentos no contrato de compra antecipada", anunciou Keersmaecker, defendendo que "alguns termos do contrato não foram respeitados" e que a empresa não está em posição de garantir "uma estratégia de confiança" para assegurar a entrega atempada das doses.
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