Durante a visita a uma escola secundária em Vila Real a intenção era insistir na importância do plano de recuperação de matéria escolar que terá ficado por dar (ou por aprender com qualidade) durante o tempo em que as escolas ficaram fechadas e/ou com ensino à distância. O plano será apresentado em Maio, mas a atrapalhar o funcionamento das escolas estão os problemas com as vacinas, nomeadamente da AstraZeneca. E aí, horas antes do encontro entre os ministros da Saúde da União Europeia, António Costa remeteu a decisão para as autoridades do medicamento.
"É uma decisão técnica. Bem sei que acham que um primeiro-ministro tem de saber tudo e decidir sobre tudo, não sou especialista em vacinas e não tomo decisões que cabem aos técnicos tomar", disse em resposta aos jornalistas.
António Costa espera no entanto que essa decisão dos técnicos seja "uma posição clara, compreensível e que dê tranquilidade em relação ao processo de vacinação". Para que o seja, é preciso que seja consensual entre os estados-membros e daí que esta quarta-feira os ministros da saúde da União Europeia se reúnam para avaliarem a situação.
A posição portuguesa é a de que "as autoridades nacionais de todos os estados membros devem respeitar as decisões da Agência Europeia do Medicamento e evitar decisões unilaterais", disse Costa.
Só com o plano de vacinação a correr sobre rodas é que as escolas têm mais garantias de continuar abertas. António Costa referiu esta tarde que o plano de reaprendizagem ainda está a ser desenhado e que ainda será debatido com as comunidades educativas antes de ver a luz do dia. O objetivo é que o que deveria ter sido aprendido "não fique perdido" para que "esta geração não tenha de viver com menor qualidade de aprendizagem fruto desta pandemia", disse.
Para António Costa é uma "cicatriz que não podemos deixar" e por isso "temos de investir nesse processo de reaprendizagem". "Temos de fazer tudo para não sacrificar esta geração", insistiu o primeiro-ministro durante a visita à Escola Secundária São Pedro em Vila Real.
O primeiro passo é o de garantir que as escolas mantêm as condições para se manter abertas e para isso há dois passos: primeiro a testagem preventiva de todo o pessoal docente e não docente e o alargamento da testagem no universo escolar em caso de surto. Tal como tinha referido na terça-feira, a partir de agora nas escolas, sempre que seja identificado um caso positivo, será testada não apenas a turma, mas os contactos de alto e baixo risco. O segundo passo é o de manter a "vacinação massiva de todo o pessoal docente e não docente".
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