“Até agora já identificámos 24 mil casos resultantes da variante inglesa, 900 da variante sul-africana e 200 casos da variante brasileira”, adiantou esta segunda-feira Bruno Cianco, do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, numa apresentação realizada no Parlamento Europeu. No entanto, assegura que estes dados subestimam a realidade, uma vez que muitos casos não terão sido identificados. Para Bruno Cianco, a variante brasileira “é particularmente preocupante”. “Ainda não é muito comum ainda na UE mas é mais transmissível”, explica. A variante inglesa já foi identificada em todos os países da UE, a sul-africana em 18 e a brasileira em nove estados-membros.
O responsável fez, ainda assim, questão de sublinhar que estas variantes, ainda que mais transmissíveis, “respondem às mesmas medidas que temos usado para a variante normal”. “No entanto, sendo mais transmissíveis, implicam medidas mais apertadas”. Essas medidas passam não só pela redução da transmissibilidade mas também por uma maior testagem e capacidade de identificação e localização de focos de transmissão.
O objetivo da UE é o de fortalecer a capacidade de deteção precoce de variantes do vírus e de monitorização. “Mas ainda não estamos lá”, diz Bruno Cianco, acrescentando que, “com excepção de nove, grande parte dos países não têm ainda um volume de sequenciação que os permita detectar precocemente e monitorizar o surgimento de variantes”. Portugal está entre os estados-membros com um menor percurso de sequenciação feito.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças está a apoiar, nomeadamente financeiramente, o trabalho de sequenciação genómica do vírus por parte dos Estados-membros, dando prioridade “aos que não têm nenhuma ou têm reduzida capacidade face ao nível de sequenciação desejado”. O montante de fundos que a Comissão vai dar a Portugal permitirá aumentar a escala da sequenciação possível".
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