Coronavírus

Covid-19. Vacina da Johnson & Johnson, uma só dose e eficácia de 70%

Covid-19. Vacina da Johnson & Johnson, uma só dose e eficácia de 70%
Dado Ruvic/REUTERS

A quinta vacina a ser testada na terceira fase de ensaios clínicos, da farmacêutica Johnson & Johnson, provou ter uma eficácia a rondar os 70% com uma só dose e contra várias variantes do SARS-CoV-2

Covid-19. Vacina da Johnson & Johnson, uma só dose e eficácia de 70%

Joana Ascensão

Jornalista

Com apenas uma dose, a vacina da farmacêutica norte-americana Johnson & Johnson prova que também poderá ser uma ajuda a combater a pandemia por covid-19.

Em conferência esta sexta-feira de manhã, a empresa revelou que os ensaios clínicos a esta vacina provaram ter uma eficácia de 72%, em testes feitos nos Estados Unidos, mas de apenas 66% no mundo, segundo testes feitos em três continentes e com várias variantes conhecidas do SARS-CoV-2. Em África do Sul, onde uma variante do vírus tem causado a maioria das infeções, esta eficácia baixa para 58%.

Segundo os resultados dos ensaios clínicos publicados, a vacina também provocou uma resposta imunitária em, pelo menos, 80% dos 45 mil voluntários do ensaio de fase III, todos vacinados desde 17 de dezembro. Essa resposta protege da covid-19 em "estados moderados a severos" da doença em 14 a 28 dias após a vacinação, demontrando "completa proteção sobre hospitalização e morte relacionadas com a covid-19", pode ler-se no comunicado da empresa, a que o Expresso teve acesso.

Portugal deverá receber 4,5 milhões de doses desta vacina

O acordo da Comissão Europeia com a Johnson & Johnson prevê para este ano 200 milhões de doses, com uma opção de 200 milhões de doses adicionais. Para Portugal, o compromisso é de 4,5 milhões de vacinas ainda em 2021, das quais 1,25 milhões no segundo trimestre do ano.

Está a ser avaliada a eficácia de uma possível segunda dose desta vacina de dose única que usa uma técnica, chamada recombinada, por forma a gerar no homem a produção de proteínas que irão estimular a resposta imunológica ao SARS-CoV-2, recorrendo a outros vírus modificados, de forma a não causar doença, complementado com material genético do vírus que se quer combater. Até à chegada da covid-19, a vacina contra o ébola era a única recomendada pela Agência Europeia do Medicamento a usar este método.

Vacina será a segunda mais administrada em países pobres

“Uma só dose da vacina é considerada pela Organização Mundial da Saúde como a melhor opção em cenários de pandemia. Oitenta e cinco por cento de eficácia de proteção contra estados graves da doença, evitando intervenção médica, levará centenas de milhares de pessoas a protegerem-se contra formas da doença que poderão ser fatais”, considera Paul Stoffels, vice-presidente do comité executivo da Johnson & Johnson.

A empresa aceitou em reservar 500 milhões de doses para a Covax, a iniciativa das Nações Unidas que irá conseguir vacinas para países mais pobres. A seguir à vacina da Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca, esta será a segunda mais administrada nestes países.

A Johnson & Johnson espera agora aprovação da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa), mas também das agências americana e britânica, para ser a quinta vacina contra a covid-19 aprovada no mundo, depois da vacina da Pfizer com a BioNTech, da Moderna e da Oxford/AstraZeneca (cuja aprovação da EMA é esperada dentro de dias). Uma quarta vacina, da Novavax, cujos resultados foram publicados esta quinta-feira, deverá também receber aprovação em breve.

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