Testes rápidos à covid-19 nas escolas arrancam quarta-feira
Testagem vai começar nas escolas secundárias localizadas em concelhos de risco extremamente elevado. Pais terão de autorizar
Testagem vai começar nas escolas secundárias localizadas em concelhos de risco extremamente elevado. Pais terão de autorizar
Jornalista
A campanha de testagem rápida, através de testes de antigénio que permitem detetar em minutos a existência de infeção pelo novo coronavírus, vai arrancar na quarta-feira, nas escolas secundárias localizadas em concelhos que estão neste momento em risco extremamente elevado. No caso de serem detetados surtos, a testagem será intensificada e ocorrerá em todos os estabelecimentos de ensino afetados "independentemente do grau de ensino a que pertença", informa o Ministério da Educação, em comunicado enviado às redações. Serão testados alunos, professores e funcionários, de instituições públicas e privadas.
O anúncio de que iria iniciar-se uma campanha de testes rápidos de antigénio nas escolas foi feito pelo primeiro-ministro há uma semana, quando apresentou as medidas que iriam vigorar neste segundo confinamento, diferente do de março e abril sobretudo pelo facto de decorrer com os estabelecimentos de ensino, do pré-escolar ao superior, abertos.
Esta terça-feira fica-se a saber que estes testes - realizados também com zaragatoa, mas que não demoram mais de 15 minutos a dar o resultado - avançam em centena e meia de municípios (de acordo com os últimos dados disponibilizados pela DGS até à semana passada havia 155 em risco extremo pelos altos níveis de incidência de novos casos) e decorrerão nas escolas com ensino secundário.
O processo de testagem é levado a cabo pelas estruturas dos ministérios da Educação e da Saúde e decorrerá nos próprios estabelecimentos de ensino. Caberá aos diretores de agrupamentos e escolas recolher o consentimento dos encarregados de educação no caso dos alunos menores (a grande maioria) e assegurar as condições logísticas necessárias à realização dos testes.
Na nota enviada aos diretores, o Ministério da Educação faz questão de lembrar algumas das orientações fixadas para este segundo ano letivo em pandemia, nomeadamente o que tem de acontecer sempre que uma escola passa a funcionar em ensino à distância ou mesmo no regime misto. Nesse sentido, sublinha a tutela, quando aconteça é preciso continuar a abrir as portas da escola para as atividades letivas aos "beneficiários da ação social escolar, crianças e jovens em risco sinalizados pelas comissões de proteção e para aqueles que a escola considere ineficaz a aplicação dos regimes misto e não presencial".
Com esta medida "potenciadora da deteção e rastreio de eventuais casos de SARS-CoV-2", o Governo pretende não só garantir que a situação de aparecimento de casos não se multiplique nas escolas - risco maior do que no 1º período já que o número de novas infeções não tem paralelo - como dar um sinal de cuidado perante o aumento de vozes a pedir o encerramento das escolas e o ensino online, pelo menos para os alunos do 3º ciclo ao secundário, ou seja do 7º ao 12º.
Sobre esta questão, que está muito longe de ser consensual, o Presidente da República já anunciou que a quer discutir já na próxima semana, com os partidos mas também com os especialistas, na reunião que irá realizar-se no Infarmed para balanço da situação epidemiológica e eficácia das restrições.
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