Coronavírus

Covid-19. Depressão, ansiedade, insónias e stress pós-traumático: os efeitos secundários da pandemia

Covid-19. Depressão, ansiedade, insónias e stress pós-traumático: os efeitos secundários da pandemia
Carolina Conte / EyeEm / GETTY IMAGES

Investigadores da Universidade de Ottawa, no Canadá, concluem que as insónias aumentaram 24%, o stress pós-traumático disparou 22%, além do crescimento de quadros clínicos de depressão (16%) e de ansiedade (15%)

O confinamento forçado pela pandemia que travou o mundo abriu a porta e acelerou os problemas de saúde mental. Um artigo publicado na revista científica “Psychiatry Research” demonstra isso mesmo, baseando-se na compilação e na análise de dados provenientes de 55 estudos internacionais sobre a especialidade, realizados entre janeiro e maio.

O relatório, que agregou a informação de mais de 190 mil participantes, evidencia que a prevalência de insónias aumentou 24% e o stress pós-traumático tornou-se uma realidade para mais 22% dos inquiridos, aliados a um crescimento de quadros clínicos de depressão (16%) e de ansiedade (15%).

Os motivos podem ser os mais variados: a quarentena, o distanciamento físico, o medo do contágio, a preocupação com familiares e amigos, bem como as dificuldades financeiras causadas por uma grave crise sanitária que se tornou também económica.

No artigo é avançado que os casos de stress pós-traumático, de ansiedade e de depressão são entre três a cinco vezes mais frequentes do que aqueles que são reportados pela Organização Mundial da Saúde.

“Não se verificaram diferenças significativas entre géneros ou regiões geográficas, nem tampouco entre a população geral e os profissionais de saúde, à exceção das insónias” que são duas vezes mais frequentes entre aqueles que estão na linha da frente, frisa Jude Mary Cénat, professor de psicologia e coordenador da equipa de investigação, citado pelo “El País”. “Quando se está na linha da frente não se pode baixar os braços, e a insónia é uma forma de como se manifestam os medos e as preocupações”, complementa o responsável científico.

A insónia pode, adverte o estudo, estar na raiz de problemas de saúde mental bem mais graves, tal como a depressão e até mesmo pensamentos suicidas.

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