Coronavírus

Covid-19. Governo “lamenta” decisão “não fundamentada” do Reino Unido de manter Portugal na “lista negra”

Covid-19. Governo “lamenta” decisão “não fundamentada” do Reino Unido de manter Portugal na “lista negra”
MIGUEL A. LOPES/LUSA

As negociações pareciam bem encaminhadas, mas Portugal voltou a receber cartão vermelho do Governo britânico para as viagens sem quarentena. “Não foram capazes de explicar os fundamentos científicos e técnicos da decisão tomada”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, acrescentando que o Governo português “aguardará que as autoridades britânicas evoluam”

Covid-19. Governo “lamenta” decisão “não fundamentada” do Reino Unido de manter Portugal na “lista negra”

Hélder Gomes

Jornalista

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, lamentou esta sexta-feira que Portugal continue fora da lista de destinos seguros para o Reino Unido. “O Governo naturalmente lamenta a decisão das autoridades britânicas, que não está fundamentada nos factos e nos dados que são conhecidos e públicos, e aguardará que as autoridades britânicas evoluam”, disse.

As negociações diplomáticas pareciam bem encaminhadas e, apesar da notícia desta quinta-feira que dava conta de um possível sinal verde, Portugal voltou a receber cartão vermelho do Governo britânico para as viagens sem quarentena. “A partir do momento em que as autoridades britânicas nos explicaram finalmente quais eram os cinco critérios para tomar estas decisões, demonstrámos que em relação ao conjunto desses critérios a situação epidemiológica portuguesa era muito positiva”, sublinhou Santos Silva.

Entre os critérios contam-se a capacidade de testagem, a taxa de letalidade, o índice de transmissibilidade e a capacidade de resposta do sistema de saúde. “Quanto ao número de casos por 100 mil habitantes, demonstrámos que este tem vindo a diminuir e, por isso, lamentamos que no fim a decisão tenha sido esta – aliás, sem fundamentação”, acrescentou o ministro português.

“As autoridades britânicas tiveram a cortesia de nos informar de que esta seria a decisão”, mas, apontou o governante, “não foram capazes de explicar os fundamentos científicos e técnicos da decisão tomada”. “Esperamos que mais dia menos dia, mais semana menos semana, a realidade se imponha, os factos sejam conhecidos, os dados sejam respeitados e portanto a decisão seja revista”, referiu.

Santos Silva deixou ainda uma mensagem aos portugueses que residem no Reino Unido e “aos quase 40 mil britânicos” que residem em Portugal. Aos primeiros garantiu que o Governo continua “a trabalhar incansavelmente para que possam vir passar férias e fazer as suas deslocações a Portugal sem serem obrigados a fazer quarentena no seu regresso”.

Aos segundos disse que as autoridades nacionais os “estimam muito” e têm “muito orgulho que eles tenham escolhido Portugal para viver”. “Tudo faremos para que as deslocações que tenham de fazer entre Portugal e o Reino Unido se façam nas melhores condições possíveis”, rematou.

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