Trabalhadores da Amazon entram em greve na Alemanha
Tal como nos EUA, o motivo principal de revolta são os casos de infeção que continuam a surgir nos armazéns da empresa, e em relação aos quais esta é pouco transparente
Tal como nos EUA, o motivo principal de revolta são os casos de infeção que continuam a surgir nos armazéns da empresa, e em relação aos quais esta é pouco transparente
Jornalista
Milhares de trabalhadores em seis armazéns da Amazon na Alemanha entraram em greve. Exigem medidas reforçadas de segurança, depois de entre 30 e 40 trabalhadores terem testado positivo num único armazém no país.
Um dos aspetos por que a empresa americana tem sido criticada é justamente a falta de transparência nesses assuntos. A empresa, segundo o "Financial Times", tem como política confirmar apenas que existem trabalhadores doentes, não quem eles são ou quando trabalharam, o que dificulta a outros avaliarem o risco da sua própria situação.
Críticas semelhantes têm sido feitas à Amazon nos Estados Unidos, e houve mesmo um vice-presidente da empresa que se demitiu por não concordar com as políticas de segurança, nem com o despedimento aparentemente retaliatório de trabalhadores que levantaram essas questões.
A Amazon diz que gastou quatro mil milhões de dólares (3,56 mil milhões de euros) em medidas de segurança, incluindo luvas, máscaras, viseiras, desinfetante, barreiras físicas e outras. Mas os casos de infeção continuam a surgir, tanto nos EUA como na Europa.
O confinamento levou a um aumento substancial de negócio para a empresa, que se valorizou. O ritmo de trabalho poderá estar a contribuir para o aumento de infeções e uma das reivindicações do sindicato alemão Verdi é justamente que seja abrandado.
A empresa anunciou agora um bónus de 500 dólares para funcionários que estiveram na linha da frente em junho, incluindo os que trabalham em armazéns. Mas é um bónus único e surge numa altura em que a empresa acabou com o suplemento de dois dólares por hora que estava a pagar desde março.
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