Coronavírus

Covid-19. Oito países abriram a porta aos europeus mas não aos portugueses — e outros dois obrigam a quarentena

Portugal faz parte do grupo de países com “alto risco de transmissão” de covid-19, o que leva a Grécia a ter cuidados especiais com a visita de portugueses
Portugal faz parte do grupo de países com “alto risco de transmissão” de covid-19, o que leva a Grécia a ter cuidados especiais com a visita de portugueses
Artiom Vallat

O anúncio de que a Dinamarca vai libertar as fronteiras aos países europeus a 27 de junho veio acompanhado por duas exceções, uma delas Portugal. Não é caso único: veja quais os outros países que, por enquanto, não querem portugueses

A Dinamarca anunciou esta quinta-feira que vai permitir a entrada no país a cidadãos europeus a partir de 27 de junho. Todos, menos dois grupos: o dos suecos e o dos portugueses. O motivo avançado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros dinamarquês é o facto de ambos os países terem falhado os critérios de avaliação, que estabelecem um limite de 20 novos casos de infeção por cada 100 mil habitantes no espaço de uma semana.

Para se ter uma ideia do andamento que o país leva, nos últimos sete dias Portugal registou 2.179 casos, o que o coloca com uma taxa perto das 50 novas infeções por cada 100 mil habitantes. Assim sendo, a entrada a portugueses na Dinamarca vai continuar proibida. E não é caso único.

ÁUSTRIA

Fronteiras abertas a 35 Estados europeus — e Portugal não é nenhum deles. Também a suecos, britânicos e espanhóis a entrada está, por enquanto, proibida.

A restrição austríaca deve-se “à situação epidemiológica” nos países em questão e vai mais longe: os austríacos que regressarem de Portugal, ou dos outros três países, são obrigados a fazer um teste à chegada e esperar por um resultado negativo, ou iniciar imediatamente uma quarentena de duas semanas.

BULGÁRIA

Os portugueses podem entrar, mas com regras. A Bulgária abriu fronteiras na segunda-feira, mas impõe quarentena de 14 dias a portugueses, belgas, britânicos, holandeses, suecos e macedónios. Cidadãos nacionais vindos destes países ficam sujeitos às mesmas regras, que estão em vigor pelo menos até 30 de junho.

CHIPRE

O Chipre dividiu os países em dois grupos, A e B, impondo regras de entrada diferentes. Portugal não está em nenhum deles e é um dos países excluídos (juntamente com Bélgica, Suécia e Reino Unido, por exemplo, companhias habituais nestas listas dos últimos dias).

A lista está aqui, é atualizada semanalmente e será preciso esperar até que “Portugal” apareça escrito num dos grupos.

DINAMARCA

É o caso anunciado esta quinta-feira: abre as portas a europeus, menos a suecos e portugueses. Portugal não cumpre os requisitos para sair da “lista vermelha” da Dinamarca e por isso os próprios dinamarqueses que regressarem de Portugal, se os houver, são aconselhados a permanecer em casa durante 14 dias.

Copenhaga, capital da Dinamarca, é uma das cidades que os portugueses ainda não podem visitar, até que a situação epidemiológica no país se altere

ESLOVÁQUIA

Decidiu abrir portas na segunda-feira apenas parcialmente e com obrigação de quarentena. Para portugueses, no entanto, nem uma nem outra: a entrada permanece vedada.

ESTÓNIA

Não proíbe a entrada de portugueses, mas tem medidas especiais para eles. O país exige quarentena a quem vier de um país com mais de 15 infeções por 100 mil habitantes, o que, como acima se escreve, é o caso de Portugal.

Também há uma lista, atualizada todas as sextas-feiras, que entra em vigor na segunda-feira seguinte, apresenta Portugal com 42,3 infeções por 100 mil habitantes e pode ser consultada aqui.

GRÉCIA

Tem duas listas, uma delas para países com “alto risco de transmissão”. A lista de alto risco é da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA) e inclui Portugal, o que significa que os portugueses estão sujeitos a medidas especiais: são testados à chegada e passam uma noite obrigatória de isolamento, no caso do aeroporto de Atenas. Se o teste for positivo seguem-se 14 dias de isolamento. Em caso negativo, podem seguir viagem.

Em Salónica, o teste à chegada é também obrigatório.

LETÓNIA

Semelhante ao caso estónio, a Letónia exige quarentena aos viajantes que cheguem de países com taxas de infeção de 15 ou mais casos por 100 mil habitantes. Para os que têm 25 ou mais doentes por cada 100 mil habitantes, a entrada permanece proibida. Portugal está nesse grupo (é um dos três países a vermelho), que pode ser visto aqui.

LITUÂNIA

É mais um país a reger a entrada por taxa de infeção: cidadãos de países com 25 ou mais casos por 100 mil habitantes não entram, o que exclui suecos, britânicos e, claro, portugueses. A quarentena é por isso recomendada a lituanos que regressem de algum destes países.

REPÚBLICA CHECA

Na República Checa há um mapa de países europeus pintados com cores — a verde os que têm porta aberta, a laranja e a vermelho os de alto risco. Nenhum dos dois últimos grupos pode entrar na República Checa, a menos que tenha autorização especial.

Portugal é zona vermelha e, por isso, a restrição vai ainda mais longe: mesmo os checos que regressem ao país vindos de Portugal têm de ter um teste negativo ou ficar em quarentena.

Há ainda outros países que os portugueses devem ter em conta, não porque sobre eles recaiam medidas especiais mas porque a abertura está marcada para mais tarde ou foi feita de forma altamente restritiva.

São os casos da Noruega — reabre a 20 de julho —, da Finlândia, cuja abertura está marcada para 14 de julho, com exceção de seis países para quem a circulação já é permitida, da Hungria, que abriu fronteiras a apenas sete países (nenhum deles Portugal), e de Malta, que abre a 1 de julho mas com várias restrições até dia 15 do mesmo mês.

Em caso de dúvida, a Comissão Europeia lançou esta segunda-feira uma aplicação chamada “Re-Open EU” que, através de um mapa interativo, mostra todas as viagens que se podem ou não fazer.

Artigo corrigido com informação sobre medidas na Grécia

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