Coronavírus

Medidas de confinamento terão evitado mais de três milhões de mortes na Europa

Medidas de confinamento terão evitado mais de três milhões de mortes na Europa
Diego Puletto/Getty Images

Assim conclui um estudo do Imperial College London. Outro estudo, feito por cientistas americanos, fala em centenas de milhões de casos evitados pelo mundo fora

Luís M. Faria

Jornalista

Os confinamentos impostos em onze países da Europa poderão ter evitado 3,1 milhões de mortes na Europa, segundo um estudo do Imperial College London. O "efeito substancial" dessas medidas drásticas permitiram que a taxa de reprodução do vírus fosse reduzida abaixo de 1, o que permitiu controlar a epidemia.

O estudo foi publicado esta segunda-feira na revista "Nature". Analisando a situação na Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Noruega, Suécia e Suíça, os cientistas utilizaram técnicas de modelação para tirar conclusões sobre os efeitos de estratégias "não-farmacêuticas" adotadas geralmente entre março e maio.

Embora com variações substanciais entre diferentes países, o decréscimo médio da taxa de reprodução é calculado em 82 por cento. "A nossa análise também sugere muitas mais infeções nesses países europeus do que as estimadas anteriormente", diz Samir Bhatt, um dos autores do estudo, no site imperial.ac.uk. "Atenção cuidadosa deve agora ser prestada a medidas continuadas que vão ser necessárias para manter sob controle a transmissão do SARS-CoC-2".

Na mesma edição da "Nature" surge um outro estudo, elaborado por cientistas norte-americanos da UC Berkeley, segundo o qual 530 milhões de casos de covid-19 terão sido evitados ou retardados pelos confinamentos em seis países: China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Irão e Itália.

Métodos econométricos foram usados para estimar os efeitos de 1717 políticas implementadas em locais diferentes nesses países, entre janeiro e o início de abril. "Tanta gente já sofreu perdas trágicas", disse Solomon Hsiang, autor principal do estudo, citado no medicalXpress.com. "E contudo, abril e maio teriam sido ainda mais devastadores se não tivéssemos feito nada, com um saldo de mortes que se calhar nem podemos imaginar".

Na China, calcula o estudo, os casos evitados poderão ter chegado aos 285 milhões, nos EUA aos 60 milhões, no Irão aos 54 milhões, em Itália aos 49 milhões, em França aos 45 milhões.e na Coreia do Sul aos 38 milhões.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate