O governo suspendeu novamente a atividade não urgente nos hospitais de Lisboa, Amadora, Sintra, Loures e Odivelas, devido à concentração de casos de covid-19, diz fonte do Ministério da Saúde. “As orientações foram já enviadas para os hospitais e a decisão será publicada em Diário da República esta semana”, acrescentou a mesma fonte, referindo que sempre esteve em cima da mesa uma avaliação da situação de acordo com a evolução do vírus a nível nacional e regional, na retoma dos serviços.
O jornal Observador noticiou que as cirurgias e consultas não urgentes voltam a ser suspensas nos hospitais de Lisboa, Sintra, Loures e Odivelas, devido à concentração de novos casos de covid-19 nesta área. O Ministério da Saúde afirma que a retoma da atividade presencial “implica que se garanta a segurança de utentes e profissionais de saúde, sem comprometer a capacidade de resposta de internamento e cuidados intensivos (covid-19 e não covid-19)”. E continua: "enquanto a situação epidemiológica específica da Região de Lisboa e Vale do Tejo o justificar, mantém-se como prioridade a salvaguarda da prontidão de resposta à infeção por SARS-Cov-2”. A decisão será vertida num despacho conjunto de vários ministérios a publicar nos próximos dias, após ter sido determinada para vigorar "desde 03 de junho e enquanto a situação epidemiológica o justificar".
Na sexta-feira, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, alertou que a retoma da atividade programada nos hospitais, embora gradual, não deve ser impedida em função da zona do país que regista mais ou menos casos de covid-19. “A retoma tem de ser gradual e é o que está a acontecer nos hospitais, nomeadamente aqui no Norte, como constatamos hoje, mas acho que é um erro neste momento estar a impedir, nomeadamente nos hospitais de Lisboa, que a retoma se vá exercendo”, diz o bastonário.
Portugal contabiliza pelo menos 1.465 mortos associados à covid-19, em 33.969 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS). A diretora geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou na sexta-feira que a região de Lisboa e Vale do Tejo tem “números de incidência relativamente elevados” em relação ao resto do país, representando 89% dos novos casos de covid-19 registados naquele dia.
Na conferência de imprensa diária de atualização da informação sobre a pandemia de covid-19, Graça Freitas disse que foram identificados em Lisboa e Vale do Tejo (LVT) 336 dos 377 novos casos, correspondendo a 89% do total. A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 392 mil mortos e infetou mais quase 6,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
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