Presidente do Conselho Europeu, em entrevista ao Expresso: Há vida para lá dos eurobonds

Solidariedade norte-sul é do interesse de todos, afirma presidente do Conselho Europeu, em entrevista ao Expresso
Solidariedade norte-sul é do interesse de todos, afirma presidente do Conselho Europeu, em entrevista ao Expresso
Correspondente em Bruxelas
Charles Michel quer pensar fora da caixa. “Mais do que nunca, temos de ser criativos, construtivos e inovadores.” Por causa da covid-19, mas também do desafio climático e da agenda digital, o presidente do Conselho Europeu considera que é preciso inovar — essa é também a história da União Europeia — e ter a habilidade de chegar a compromissos. Isso não significa necessariamente ir pelos caminhos nunca antes navegados dos eurobonds e da mutualização da dívida. O belga prefere um instrumento de navegação bem mais conhecido: o orçamento da União Europeia para os próximos sete anos. “É o primeiro instrumento óbvio de solidariedade. E a possibilidade de se avançar com o financiamento de investimentos, por exemplo, nos primeiros dois anos é uma boa ideia na minha opinião”, defende, numa entrevista ao Expresso e a mais três jornais europeus.
Michel segue a linha da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que tem defendido que o Quadro Financeiro Plurianual (QFP) para 2021-2027 deve estar no centro do plano de retoma, a que muitos chamam novo Plano Marshall. A ideia implica o reforço dos montantes e garantias iniciais para alavancar o investimento, sobretudo nos primeiros anos do próximo QFP. Uma das soluções que podem ser trabalhadas pela Comissão passa por aumentar os recursos próprios da UE de 1,2% para 2% ddo Rendimento Nacional Bruto - mantendo a dimensão do QFP mais perto de 1% e dando ao executivo comunitário maior capacidade de se financiar nos mercados e de ir buscar cerca de 1 bilião de euros. Michel não arrisca valores nem diz o que vai acontecer à discussão sobre as contribuições nacionais e o tamanho do próximo orçamento, parada desde fevereiro. Na altura, a sua proposta — 1,07% da riqueza europeia — foi considerada excessiva pela Holanda, Dinamarca e outros países ricos, e insuficiente por todos os países da coesão, incluindo Portugal.
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