Coronavírus

DGS lança site dedicado à saúde mental

DGS lança site dedicado à saúde mental
MÁRIO CRUZ

O site, lançado este sábado, contém informação para a população em geral, mas também para grupos específicos, como cuidadores de idosos e pessoas com demência, e famílias com crianças e jovens. Uma das secções é dedicada aos profissionais de saúde e é dado grande destaque ao suicídio

DGS lança site dedicado à saúde mental

Helena Bento

Jornalista

Está disponível desde este sábado um microsite da Direção-Geral da Saúde dedicado à saúde mental, no contexto da pandemia de covid-19.

O site procura dar resposta a questões relacionadas com a saúde mental, incluindo sobre o que deve alguém que se sente “incapaz de lidar com a situação” fazer e sobre como proceder no caso “de a medicação habitual estar a terminar”. Também são dadas recomendações à população em geral, como “usar as redes sociais para manter o contacto com outras pessoas” — porque isolamento físico não significa isolamento social” —, “procurar fontes de informação fiáveis”, e “cuidar do corpo e da saúde mental”. “Não está só. Se precisar, peça ajuda.”

A iniciativa já tinha sido anunciada ao Expresso por Miguel Xavier, psiquiatria e coordenador do plano do Governo para a saúde mental. Em entrevista na semana passada, explicou que seria disponibilizada informação à população, incluindo sobre onde e como procurar ajuda. No site, os contactos estão divididos por região de saúde — Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve —, e incluem centros de saúde e serviços de saúde mental para adultos e crianças.

Além disso, há informação e recomendações específicas para pessoas que têm idosos e pessoas com demência a seu cuidado, para as famílias com crianças e jovens e para as vítimas de violência doméstica. Uma das secções do site é dedicada aos profissionais de saúde e são sugeridas estratégias para os próprios e também para quem lida com eles, e disponibilizados contactos de estruturas na área da saúde e linhas telefónicas de apoio psicológico, como a do SNS24.

É dado particular destaque ao suicídio, com informação para comunidade (quem está em risco, sinais de alarme e contactos a que recorrer caso haja “pensamentos de suicídios”), e para os profissionais (como falar sobre o suicídio, por exemplo, e como encaminhar o doente).

Também há recomendações para a comunicação social, sobre como falar e não falar sobre o suicídio, e que linguagem utilizar. “As reportagens podem ajudar a minimizar a possibilidade de imitação por pessoas em risco, através de exposição educacional e não sensacionalista, abrindo o espaço ao diálogo e à redução do estigma. Pelo contrário, uma peça jornalística pode aumentar o risco de repetição e imitação, o chamado efeito Werther”, lê-se no site.

A resposta do Governo para a Saúde Mental

Além da criação deste microsite, o Governo ativou, a 19 de março, o plano de emergência para a saúde mental em caso de acidente ou catástrofes, estratégia desenhada após os incêndios de 2017, e já utilizada durante os incêndios de Monchique, em 2018. Foram ativados os chamados “gabinetes de crise” nas Administrações Regionais de Saúde (ARS).

Na entrevista ao Expresso, Miguel Xavier, também, diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental, destacou a criação de “núcleos nos centros de saúde” para responder “a casos de ansiedade, insónias e depressão.” Foram também criados núcleos nos serviços de psiquiatria “para situações mais graves, novas ou que já existiam, como surtos psicóticos”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hrbento@expresso.impresa.pt

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