Covid-19. Exportações têxteis derrapam 4,3% em fevereiro

E já refletem o primeiro impacto da pandemia
A indústria têxtil e do vestuário fechou fevereiro com as exportações a caírem 1% face ao mesmo período do ano passado, para os 881 milhões de euros. É um valor que combina um crescimento de 2,5% em janeiro com uma quebra de 4,3% em fevereiro, "já a refletir o impacto da covid-19", diz Mário Jorge Machado, presidente da ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal.
Espanha, o principal destino dos têxteis lusos, com uma quota próxima dos 30%, continua a ser o mercado que regista maior queda: menos 9,2 milhões de euros (-3,6%) face a 2019. Mas ainda há alguns destinos em alta, com destaque para França, com um acréscimo de 3 milhões de euros (+2,5%), Suíça (+ 2,3 milhões de euros ou 22,1%) e Bélgica (+ 2,2 milhões de euros ou 2,7%).
Por segmentos, os produtos mais afetados foram o vestuário de malha, que registou uma descida de 5,5 milhões de euros (-1,5%), as fibras sintéticas ou artificiais descontínuas (- 3,7 milhões de euros ou - 8,1%) e o vestuário em tecido (- 3,2 milhões de euros ou -1,9%).
As exportações de têxteis-lar e outros artigos têxteis confecionados estiveram em contraciclo, com um aumento de 2,7%.
Quanto às importações, o sector registou quebras de 7,1% nas matérias-primas têxteis, 2,6% no vestuário e 3,6% nos têxteis-lar e outros artigos têxteis confecionados. No total, as importações de têxteis e vestuário, em janeiro-fevereiro somaram 729 milhões de euros, menos 4,5% do que no período homólogo de 2019.
O saldo da balança comercial do sector nos dois primeiros meses do ano foi de 152 milhões de euros, com uma taxa de cobertura de 121%.
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