Coronavírus

Espanha coloca saúde privada sob alçada do Estado. Militares redobram presença nas ruas para impedir aglomerados

Espanha coloca saúde privada sob alçada do Estado. Militares redobram presença nas ruas para impedir aglomerados
JUAN CARLOS HIDALGO

O ministro dos Transportes, Mobilidade Urbanismo, José Luis Ábalos, considerou esta segunda-feira que o estado de alarme decretado pelo Governo se estenderá além dos 15 dias exigidos por lei porque, “duas semanas não darão tempo a Espanha para vencer a batalha" contra o coronavírus

Com o estado de emergência decretado - e possivelmente prestes a ser dilatado - e os movimentos dos cidadãos reduzidos ao mínimo indispensável (com polícia na rua a decidir o que é ou não dispensável), o Estado espanhol anunciou no domingo à noite que vai apoderar-se de parte das operações e do equipamento (como máscaras, testes, luvas) do setor privado de saúde. Salvador Illa, ministro da Saúde, anunciou que “o sector privado está agora à disposição das autoridades de saúde” e pede a cada região autónoma que “as utilizem como precisarem”.

Mais: qualquer empresa que possa produzir máscaras, ventiladores, luvas ou desinfetante tem 48 horas para comunicar a sua disponibilidade ao Governo, ou então pode enfrentar multas. Além de abrir clínicas privadas e hospitais militares ao sistema de saúde público, o Governo também disponibilizará outros espaços públicos e privados que podem ser “tomados” para melhor combater o vírus. No início da semana, Madrid disse que pode vir a ter de utilizar hotéis como hospitais improvisados, escreve o jornal “The Guardian”. No domingo à noite, Espanha tinha 288 mortos, com 7.753 casos confirmados.

O ministro disse ainda que já foram realizados mais de 30 mil testes em toda a Espanha mas que é preciso “aumentar a capacidade logística”. “Todas as pessoas abrangidas pelos protocolos que têm de ser testadas estão a ser testadas, mas a capacidade logística deve ser aumentada para podermos fazê-lo de maneira mais rápida e ágil", explicou.

A ministra da Defesa da Espanha, Margarita Robles, disse que uma unidade militar especializada em emergências seria implantada em todo o país. Os hospitais militares também serão colocados à disposição das autoridades de saúde e as farmácias militares foram requisitadas para aumentar a produção de desinfetantes e medicamentos genéricos.

A Unidade de Emergência Militar (UME) expandiu o contingente para 1.100 soldados em 13 províncias esta segunda-feira, das 350 tropas em sete províncias que começaram a operar neste domingo. Vão patrulhar alguns locais e infraestruturas críticas, onde podem ocorrer aglomerações (estações de comboios, aeroportos, hospitais) e onde tarefas de desinfeção possam ser necessárias, segundo informações do diário “El País”.

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