Coronavírus

Covid-19. Marta Temido confirma primeira morte em Portugal, 18 pessoas encontram-se nos cuidados intensivos

16 março 2020 17:24

Helena Bento

Helena Bento

Jornalista

antónio cotrim

Trata-se de um homem de 80 anos que, de acordo com Marta Temido, sofria de outras complicações

16 março 2020 17:24

Helena Bento

Helena Bento

Jornalista

A ministra da Saúde anunciou esta segunda-feira a primeira morte de uma das pessoas infetada com o novo coronavírus em Portugal. Trata-se de um homem de 80 anos que, de acordo com Marta Temido, sofria de outras complicações. Estava internado no hospital de Santa Maria, em Lisboa, “há vários dias”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa já se pronunciou sobre o assunto. “O Presidente da República apresenta os seus sentidos pêsames à família da primeira vítima mortal da pandemia do Covid-19 em Portugal, cujo falecimento acaba de ser confirmado pelas autoridades de Saúde”, lê-se na nota emitida.

Nos serviços de cuidados intensivos encontram-se neste momento 18 pessoas, informou, por sua vez, Graça Freitas, também presente na conferência de imprensa realizada esta segunda-feira à tarde. “Umas encontram-se em estado mais crítico que outras, mas todas inspiram cuidados”, disse a diretora-geral da Saúde, acrescentando que, “tendo em conta a taxa de letalidade da doença, de cerca de dois por cento em todo o mundo, teremos mais mortos nos próximos dias, semanas, meses.” “O SNS tudo fará para reduzir ao mínimo o número de pessoas com desfecho negativo ou com sequelas da doença.”

“Estamos a garantir que conseguimos fazer testes sempre que haja suspeitas de infeção”

Questionada sobre medidas mais restritivas em termos de isolamento social, Marta Temido deu a entender que as regras estavam a ser cumpridas mas chamou também a atenção para o facto de não se poder “interromper a vida social”. “Não podemos ficar sem pão, sem água, sem energia, sem recolha de resíduos.”

Quanto aos testes de despiste da doença, que os países devem fazer de forma exaustiva, conforme alertou esta segunda-feira Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), a ministra da Saúde esclareceu que foram já dadas novas orientações aos hospitais relativamente a isto. “Estamos a garantir que conseguimos fazer testes sempre que haja suspeitas de infeção, mas temos de ser criteriosos”, afirmou, adiantando que está em curso “uma compra conjunta de reagentes para testes de diagnóstico ao nível da União Europeia”.

Consultas externas e cirurgias não prioritárias devem ser adiadas

Marta Temido detalhou ainda que atos médicos hospitalares e nos centros de saúde vão ser cancelados, explicando que “consultas externas que não sejam prioritárias devem ser remarcadas para uma data posterior” e que “os meios complementares de diagnóstico que não sejam imprescindíveis devem ser remarcados”.

Internamentos devem também “ser avaliados em termos de necessidade” e “cirurgias não prioritárias devem ser adiadas”. Na Urgência, os doentes triados com as cores verde e azul devem ser reencaminhados para os cuidados primários. Por enquanto, não se pondera a possibilidade de reservar hospitais só para doentes infetados com a Covid-19, estando a apostar-se no tratamento ambulatório e na separação dos movimentos e fluxo de doentes, disse também a ministra.