
A tendência das elites culturais e sociais para pedir desculpas pela nossa boa sorte e afirmar ansiosamente as nossas credenciais morais não faz nada para favorecer os menos afortunados
A tendência das elites culturais e sociais para pedir desculpas pela nossa boa sorte e afirmar ansiosamente as nossas credenciais morais não faz nada para favorecer os menos afortunados
Ian Buruma *
Escrever sobre woke carrega em si mesmo pelo menos duas armadilhas. Uma é que qualquer crítica aos seus excessos provoca acusações de racismo, xenofobia, transfobia, misoginia ou supremacia branca. O outro problema é a própria palavra, que tem sido um termo de abuso empregado pela extrema-direita, um grito de batalha pela esquerda progressista e um embaraço para muitos liberais.
Ninguém consegue concordar sobre o significado de woke. A direita culpa-a por tudo, desde o pico dos tiroteios escolares até o colapso do Silicon Valley Bank, enquanto muitos de esquerda, que são descritos como woke, se veem a lutar por uma batalha há muito esperada por justiça social e racial. Estas divergências não são apenas políticas. Na verdade, às vezes parecem ser antipolíticas. Argumentos sobre wokeness são muitas vezes testes, como a palavra indica, de esclarecimento moral e espiritual.
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* Professor no Bard College, colaborador de vários órgãos de comunicação social e ex-editor na “The New York Review of Books”
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