Tão longe e tão perto para o Webb: aí está a ‘galáxia roxa’ NGC 628, a 32 milhões de anos-luz
Galáxia NGC 628, localizada a 32 milhões de anos-luz, na constelação de Peixes
Reprodução / Gabriel Brammer / Janice Lee et al / PHANGS-JWST
A cor roxa na imagem é indicativa das enormes quantidades de poeira e gás, matérias-primas essenciais para o nascimento de novas estrelas nesta galáxia espiral semelhante à Via Láctea
Uma semana após terem sido partilhadas com o mundo as primeiras imagens obtidas pelo James Webb, agora o maior e mais potente telescópio espacial alguma vez concebido voltou a impressionar com um belo retrato da galáxia NGC 628, também conhecida como Messier 74, localizada na constelação de Peixes.
A galáxia NGC 628 já tinha sido fotografada pelo ESO e pelo Hubble na luz visível, o que permitiu obter imagens com cores semelhantes às que seriam vistas a olho nu. Isso permitiu perceber que se trata de uma galáxia espiral, muito semelhante à Via Láctea.
Mas aquilo que o James Webb mostra é completamente distinto: ao observar na banda do infravermelho (radiação invisível aos nossos olhos), é possível captar uma imagem, onde chama a atenção a cor roxa, das densas nuvens de poeira e gás, matérias-primas essenciais para o nascimento de novas estrelas na galáxia NGC 628.
A NGC 628 está virada de frente para a Via Láctea e foi descoberta em 1780 por Pierre Méchain, assistente do célebre astrónomo francês Charles Messier.
Catarina Alves de Oliveira ao lado do grande espelho do telescópio espacial James Webb
Esta galáxia, observada no infravermelho médio, fica a 32 milhões de anos-luz de distância — o que, na verdade, é um pequeno passeio para o Webb, uma vez que logo na sua primeira imagem de campo profundo conseguiu identificar uma galáxia a 13,1 mil milhões de anos-luz.
A expectativa é que consiga avançar ainda mais 500 milhões de anos na exploração do universo primordial, como uma máquina do tempo capaz de viajar até 200 milhões de anos após o Big Bang.