Abusos: Igreja castiga padre que denunciou 12 sacerdotes (“invocando o Santo Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo”)

Tribunal eclesiástico condenou-o por “lesão ilegítima de boa fama”. Tem de doar um salário e pedir desculpa
Tribunal eclesiástico condenou-o por “lesão ilegítima de boa fama”. Tem de doar um salário e pedir desculpa
Jornalista
O padre que denunciou 12 casos de colegas suspeitos de abuso sexual a crianças, alguns deles ainda no ativo, ao Ministério Público (MP) e à comissão independente liderada por Pedro Strecht foi punido pela Igreja: Joaquim Nazaré foi julgado por três juízes diocesanos do Tribunal Patriarcal de Lisboa pelos crimes de “falsidade” e “lesão ilegítima de boa fama”, e a justiça eclesiástica considerou ter havido “difamação” da parte do sacerdote ao acusar o padre Nuno Aurélio na comunicação social. O denunciado — que há vários anos está colocado no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Paris — foi alvo da justiça civil e canónica quando ainda liderava a paróquia do Senhor dos Aflitos, na Cruz Quebrada. Foi a denúncia dos pais de um jovem catequista alegadamente abusado pelo sacerdote, em 1994, que abriu a linha de investigação a Aurélio, mas os inquéritos acabaram arquivados porque a queixa fora apresentada 19 anos depois dos supostos crimes e, portanto, tinham prescrito. O adolescente suicidou-se em 1997.
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