O Grupo Vita, liderado pela psicóloga Rute Agulhas, vai encaminhar as denúncias de abusos de padres sobre menores ao Ministério Público e para os responsáveis da Igreja Católica. “Pretendemos acolher suspeitas e relatos de crianças ou adultos, sobreviventes ou outros, atuais ou antigos, cometidos por membros da Igreja Católica.”
Rute Agulhas apresentou esta quarta-feira em Lisboa o programa deste grupo que vai acompanhar as vítimas de abuso na Igreja, dando seguimento ao trabalho da Comissão Independente que era liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht.
A psicóloga garantiu que a sua equipa vai também acompanhar psicologicamente padres que tenham sido suspensos da Igreja por suspeitas de abusos. Bem como jovens suspeitos de participar em crimes de pedofilia.
Uma das missões do Grupo Vita é capacitar as comissões diocesanas da Igreja para o acompanhamento dos casos suspeitos em todo o país.
“A Igreja é um contexto, entre outros, onde esta realidade existe, e apresenta um papel pioneiro, de relevo e de grande responsabilidade social”, destacou Rute Agulhas.
A psicóloga revelou que o Grupo Vita não terá um fim temporal definido, sendo composto por um grupo executivo (os seis elementos que se encontravam ao lado da psicóloga) e outro consultivo (que será "aberto e dinâmico"), com especialistas da área da psicologia, psiquiatria, sociologia, ação social e do Direito. “Será um grupo temporário em que as ações serão gradualmente assumidas pelas comissões diocesanas e institutos religiosos com quem se pretende estabelecer um trabalho de parceria e em rede.”
Rute Agulhas enfatizou que não se pretende esvaziar estas comissões diocesanas nem os institutos religiosos das suas funções. “Mas sim capacitar e construir em conjunto. Somos um grupo complementar.” E garantiu ainda: “Vamos envolver os jovens neste grupo, na área da prevenção primária.”
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