José Ornelas admitiu esta segunda feira que “este estudo da Comissão Independente ” apresenta “um número muito maior do que aquele que ” que a igreja soube “apurar até hoje”. E por isso pediu “perdão” a “todas as vítimas” e por a Igreja que representa “não ter gerido as situações de forma firme e guiada pela proteção prioritária dos menores”.
Já depois desta primeira reação às conclusões da comissão independente, o bispo de Leiria-fátima admitiu que tem de haver um pedido de desculpas “formal” que “não pode ser só palavras” mas que ainda não está definido qual é a forma concreta que este pedido de desculpas tomará. De manhã, Pedro Strecht, coordenador da comissão, pediu um gesto “simples” e que “perdure”.
O religioso diz que a igreja “não” tolerará mais “abusos nem abusadores” mas recusou medidas liminares contra os padres denunciados que ainda estão no ativo. Há uma lista com nomes que será enviada ao Ministério Público e à Conferência Episcopal e depois “se houver plausabilidade” o processo será enviado “para a Santa Sé”. “Vamos tratar dos casos e os responsáveis não poderão exercer cargos na Igreja” se as denúncias “forem provadas”. “Cada caso é um caso", argumentou.
O bispo admitiu que esta “é uma ferida aberta" que lhes “dói e envergonha” e que ”não é fácil passar por este momento".
De acordo com as conclusões da comissão independente, um número estimado de cerca de cinco mil menores terá sido abusado por um número ainda desconhecido de padres. Uma esmagadora maiora das vítimas - 77 por cento - não se queixou à Igreja e Ornelas assevera que essa é uma realidade que “tem de mudar” e que já “estará a mudar”. “A mentalidade é outra”.
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