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Têm filhos, trabalho, empresas e ordem de saída: “Pensam que sou criminoso, mas não cometi crime. Eu só trabalho”

Em abril houve várias manifestações de imigrantes no Porto e em Lisboa (na foto), a exigir direitos e mais rapidez nas decisões da AIMA
Em abril houve várias manifestações de imigrantes no Porto e em Lisboa (na foto), a exigir direitos e mais rapidez nas decisões da AIMA
António Pedro Ferreira

Governo começou a notificar para abandono do país 4500 imigrantes. Há vários anos à espera da decisão, têm agora nas mãos uma carta que lhes dá 20 dias para sair do país. Ainda podem meter recurso, mas estão assustados. "Estas pessoas esperaram três, quatro, cinco anos e nesse tempo constituíram família, tiveram filhos, arranjaram empregos, abriram negócios. E acaba assim?”

Têm filhos, trabalho, empresas e ordem de saída: “Pensam que sou criminoso, mas não cometi crime. Eu só trabalho”

Raquel Moleiro

Jornalista

Em três anos, morreu-lhe a mãe, o pai e o irmão. Em nenhuma das vezes Samim se despediu. Ele mora em Portugal e eles viviam no seu Bangladexe natal, a mais de nove mil quilómetros de distância. Sem autorização de residência, a aguardar resposta à manifestação de interesse que submeteu em 2022, decidiu não viajar. Era um risco demasiado grande, porque poderia ser barrado no regresso. “Custou muito, mas não podia deitar fora tanto tempo de espera. Com o cartão, trago mulher e filho que ficaram lá”, desabafa.

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