Quando Rute (nome fictício) descobriu que tinha engravidado sem querer, a relação em que estava, de dois anos, tinha terminado há poucas semanas. Uma grande dúvida instalou-se sobre os seus ombros. Por um lado, o peso dos 40 anos e o desejo de ter um filho. Por outro, a certeza de que “não queria ser mãe solteira”. Não foi fácil tomar a decisão de interromper a gravidez, conta ao Expresso. E no processo só obstáculos. A viver em Lagos, percebeu pela internet que poderia agendar uma consulta no Hospital de Portimão ou no de Faro, ambos pertencentes à Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve. Mas ao ligar para Portimão, mais perto de casa, foi-lhe dito que, primeiro, teria de ir ao médico de família e só depois se poderia dirigir ao serviço hospitalar. Era julho de 2024 e a médica de família estava de férias, sem ninguém a substituí-la.
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