Além de três bebés, Laura Ramos fez ‘nascer’ uma lei. Em 2017, seis meses após o nascimento do seu terceiro filho, ganhou coragem para passar a escrito o que preferia esquecer e redigiu uma queixa pela forma como foi “violentada” durante o parto, num hospital de Lisboa. Não se limitou a endereçar a reclamação à direção clínica daquela unidade, nem sequer à Entidade Reguladora da Saúde e às Ordens dos Médicos e dos Enfermeiros. Sabendo que a experiência traumática que sofrera era partilhada por muitas outras mulheres, criou uma “petição pelo fim da violência obstétrica” em Portugal. Em apenas três dias o documento recolheu mais de cinco mil assinaturas, o que obrigou à sua discussão no Parlamento, dando início a um longo processo de audições com partidos e debates na Comissão Parlamentar de Saúde. Ao fim de oito anos, a lei que a sua petição ajudou a conceber foi agora publicada em “Diário da República”.
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