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Ministra da Saúde prepara nova proposta salarial para os médicos

Ministra da Saúde prepara nova proposta salarial para os médicos
António Pedro Santos/Lusa

Sindicato Independente dos Médicos recusou os 5% oferecidos na semana passada. Ana Paula Martins comprometeu-se a rever o valor a levar para a próxima reunião, dentro de oito dias

Os médicos pedem 15% de aumento até 2027, a ministra da Saúde deu-lhes 5%, não houve acordo e Ana Paula Martins prometeu outra proposta. Foi assim no final da semana passada e será na próxima segunda-feira que poderá haver o desempate, quando o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) volta a sentar-se à mesa com a governante. Esta segunda-feira também foi dia de ronda negocial, mas a ministra não esteve presente e a reunião foi dedicada à organização do trabalho médico.

O SIM fez reivindicações que a avançarem trarão algumas mudanças de nota no quotidiano dos clínicos do Serviço Nacional de Saúde. A resposta aos pedidos deverá ser conhecida no final desta semana, a tempo de ser analisada pelo sindicato antes da nova ronda negocial com a ministra, que chamou a si a questão das remunerações, mais sensível.

Ao Expresso, o presidente do SIM afirmou que viu “abertura” para as alterações que são mais pedidas pelos médicos além dos salários. Por exemplo, horários com alguma flexibilidade, que permita uma redução de 10% na escala, com o respetivo corte na remuneração. “Na prática, será uma manhã ou uma tarde livres, que os médicos poderão utilizar para outras atividades”, diz Nuno Rodrigues.

Médicas ‘livres’ da Urgência até três anos

Igualmente livres devem ficar as médicas que são mães recentes. Neste caso, o SIM quer aumentar de seis meses para três anos o tempo de dispensa de serviço na Urgência. “É muito importante para as mães e, acima de tudo, para as crianças”, sublinha o sindicalista. Outra das mudanças pedidas é o reforço dos médicos seniores para assegurar a formação das novas gerações de clínicos. "Os 7,5% de médicos graduados seniores aumentarem para 12%, garantindo 350 por ano até 2028", explica o presidente do SIM.

O protocolo negocial assinado entre o SIM e o Ministério da Saúde termina no final de dezembro, pelo que todas as matérias devem ficar negociadas. Ana Paula Martins está, assim, sob pressão para fechar os dossiês e agora tem uma dificuldade acrescida: a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) exige ser recebida para negociar.

A FNAM está desagrada com a política da Saúde e, por agora, com as medidas para o inverno em particular e quer ser ouvida. Já avisou que, se isso não acontecer, haverá protestos. Os médicos de família vão ser sensibilizados para não fazerem horas extraordinárias, essenciais para a resposta durante o inverno, e todos, incluindo os hospitalares, a entregarem escusas de responsabilidade sempre que a equipa seja reduzida ou faltem outras condições essenciais de trabalho.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: varreigoso@expresso.impresa.pt

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