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“Há técnicos do INEM que foram trabalhar para supermercados porque ganham o mesmo, mas sem o risco”

“Há técnicos do INEM que foram trabalhar para supermercados porque ganham o mesmo, mas sem o risco”
D.R.

Em início de carreira, o salário base de um técnico de emergência pré-hospitalar do INEM é de €922 brutos e aumenta €50 a cada dez anos. Sujeitos a desgaste físico e mental, riscos de acidentes e agressões, nem com subsídio de turno e horas extraordinárias os salários vão além dos €1400 líquidos. Muitos desistem da profissão e, segundo os relatórios de contas do INEM, o número de técnicos tem vindo a diminuir, enquanto as chamadas para o INEM e o acionamentos de meios aumentam. "Estamos no limite", alerta João Santos, técnico e tripulante de uma ambulância

O habitual é haver um burburinho permanente nas salas onde os técnicos de emergência pré-hospitalar do INEM atendem as chamadas para o 112. Mas, às vezes, quando um dos técnicos fala mais alto e diz a quem está do outro lado do telefone para pegar na criança, virá-la ao contrário e dar-lhe umas palmadas, faz-se silêncio, na expectativa do que virá a seguir. João Santos, técnico do INEM há 16 anos, sabe que, por mais tempo que passe, não há como apagar da memória as chamadas em que ficam, à distância, por longos minutos, a reanimar uma criança pelas mãos dos pais ou dos avós, nem sempre com sucesso.

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