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Sociedade

Cismar com o sismo

O terramoto criou as condições para várias horas de debate em que se fantasia que, de uma vez por todas, Portugal vai começar a planear o futuro

Não sou geofísico, mas tenho a ideia de que a falha sísmica se comportou como um adolescente: apareceu às 5 da manhã de uma segunda-feira, acordou toda a família com o barulho e agora vai ficar a dormir até lhe apetecer. Reconheço, em todo o caso, que a intenção do terramoto talvez fosse a de não incomodar muito. Aconteceu demasiado tarde para os noctívagos e demasiado cedo para os madrugadores — como é óbvio, o sismo concluiu que estávamos todos a dormir. Eu não acordei. O sismo devia ter operado como o meu despertador, replicando de cinco em cinco minutos. No fundo, ficámos a saber quais os seres humanos que Deus menos respeita: as pessoas com sono leve.

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