O chefe de quinzena é especialista na autodepreciação e na gestão das expectativas. O arroz podia estar mais solto, o pudim já me saiu melhor, este pesto não está mal para as condições desta cozinha, que nem um almofariz tem
Todos os verões, o território nacional é fustigado pela tragédia das pessoas que se barricam na cozinha. Não é fogo posto, é fogão posto. E não me refiro aos casos de opressão feminina, em que uma mãe é obrigada a fazer o almoço e o jantar no contexto da sobrecarga do trabalho doméstico. Estou a falar de quem, durante as férias, exige ser chefe a tempo inteiro. Pessoas que, motivadas por uma alegada vocação e imbuídas de uma suspeita solicitude, tornam cada estada em grupo num soft opening do seu restaurante fictício.
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