A pequena piscina insuflável colorida continua encostada à parede, ali à mão para ser usada todos os dias. É tirada e posta no meio da cozinha de cada vez que Vanessa Guerreiro ou a filha, Gabriela, de 10 anos, querem tomar banho. Não têm casa de banho, só uma sanita por trás de uma porta — que mal fecha se alguém estiver lá dentro, não é maior que um armário. Como a casa delas, tantas outras são assim no Bairro da Liberdade. Se não falta uma casa de banho, também não há água quente. A eletricidade é muitas vezes “martelada”, puxada de um caixa de eletricidade que, em vez de servir um só lar, serve meia dúzia deles. Na rua há fossas comuns com os dejetos de quem não tem onde os fazer e despejar em casa; nas casas há ratos.
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