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“Meia dúzia de meses e tanta cara diferente”. Reportagem no concelho a norte de Lisboa com mais trabalhadores imigrantes

“Meia dúzia de meses e tanta cara diferente”. Reportagem no concelho a norte de Lisboa com mais trabalhadores imigrantes
Diogo Baptista/ NFACTOS

Cinfães é o concelho a norte de Lisboa com mais trabalhadores estrangeiros e o terceiro a nível nacional. Mas, ao contrário de Odemira e de Ferreira do Alentejo, aqui quem chega trabalha na construção civil e vem sobretudo da América latina. Muitos têm chegado nos últimos meses. “Antes tínhamos alguns africanos. Brasileiros também. Mas há uns meses começaram a chegar sobretudo colombianos e perua­nos. Entram por Madrid e chegam ao Porto já com contrato de trabalho. Lá fazem logo o registo com número de contribuinte e morada de Cinfães. Meia dúzia de meses e vemos tanta cara diferente”

“Meia dúzia de meses e tanta cara diferente”. Reportagem no concelho a norte de Lisboa com mais trabalhadores imigrantes

Joana Ascensão

Jornalista

À hora de almoço de um dia de semana o centro da cidade não irradia o que diz a estatística. Das poucas pes­soas que se veem na rua, é rara aquela que seja estrangeira. Apenas numa obra perto da câmara municipal se ouvem alguns trabalhadores a falar espanhol. Veem-se outros homens sentados num banco. E, ainda assim, ninguém diria residir ali o terceiro concelho do país com maior peso de estrangeiros entre os trabalhadores por conta de outrem, segundo revelou um estudo recente do Banco de Portugal. Cinfães está logo a seguir a Odemira e a Ferreira do Alentejo. É o único concelho acima de Lisboa em que mais de um em cada três trabalhadores vem de fora. Mas há ali um contexto particular. O que não transborda à primeira vista tem muito de histórico — e de circunstan­cial — a pintar o quadro que faz daquele ponto, na fronteira entre os distritos de Viseu e do Porto, uma exceção no mapa.

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