Quando, em 2016, a lei passou a permitir a mulheres sem parceiro ou parceira e a casais de mulheres acederem a tratamentos de fertilidade para terem um filho, Ana e Cátia já namoravam. Sonhavam casar-se. O passo de terem um filho em comum era algo de que iam conversando. “Sabíamos que daí a uns anos, graças a esta luta toda, conseguiríamos constituir uma família e que essa família seria protegida pela lei.” Este facto era, para elas, determinante: a criança contaria com o nome das duas mães no cartão de cidadão. Legalmente, teriam ambas direitos e deveres para com ela, contrariamente ao que acontecia até então, em que as únicas mulheres com acesso a estes tratamentos eram as casadas com homens, com problemas de fertilidade. Lésbicas, solteiras, viúvas e divorciadas estavam excluídas.
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