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Agitação pop e propaganda

As unhas de Iolanda, alegadamente com as cores da Palestina, desapareceram da plataforma em que eram publicadas as atuações
As unhas de Iolanda, alegadamente com as cores da Palestina, desapareceram da plataforma em que eram publicadas as atuações
Jessica Gow/TT News Agency/AFP via Getty Images

O frágil equilíbrio entre música e política pode estar prestes a ceder

Agitação pop e propaganda

Miguel Cadete

Diretor-Adjunto

A Eurovisão enquanto palco das mais variadas manobras diplomáticas é uma ideia antiga. Tão antiga quanto o próprio concurso de cantigas pan-europeu. Já em 1967 havia quem em Portugal pensasse nisso. Eduardo Nascimento, o intérprete português que foi defender a canção ‘O Vento Mudou’, ficou para a história como o primeiro negro a participar no concurso. Eduardo era natural de Angola, onde, em Luanda, se tornou o líder do grupo musical Os Rocks. E o Estado Novo acreditou que a sua ida a Viena de Áustria seria uma excelente oca­sião para demonstrar à Europa e ao mundo que a metrópole e os territórios ultramarinos eram coisa una e indizível, não fazendo por isso grande sentido a guerra que desde o início da década estava montada pelos movimentos de libertação. Não éramos os únicos a considerar aquela competição entre países como uma plataforma útil para a representação de ideais políticos.

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