Uma em cada oito pessoas em Portugal estava a viver em 2023 numa casa sobrelotada (12,9%), onde a quantidade de divisões é insuficiente para o número de pessoas que a habitam. Essa percentagem teve um aumento face ao ano anterior (9,4%), segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“À semelhança dos anos anteriores, o risco de viver numa situação de insuficiência do espaço habitacional era mais significativo para a população em risco de pobreza: 27,7% da população em risco de pobreza estava em situação de sobrelotação habitacional, o que se compara com 9,8% na restante população”, indica o INE.
O agravamento desta realidade foi transversal ao Continente e regiões autónomas, mas com maior intensidade nos Açores e Madeira.
Taxa de sobrelotação das casas em Portugal
Em % do total
Os dados do INE relativos a 2023 mostram ainda que 6% dos residentes viviam em condições severas de privação habitacional, uma realidade que também se agravou face a 2020 (3,9%). Entre as condições que definem essa realidade está a inexistência de instalação de banho ou duche, ter um teto que deixa passar água ou haver falta de luz natural num dia de sol.
“A privação severa das condições da habitação em 2023 afetava principalmente a população em risco de pobreza (14,8%), os menores de 18 anos (10,7%) e os residentes em áreas predominantemente urbanas (7,7%)”, conclui o INE.
Por outro lado, em 2023, mais de um quinto da população (20,8%) vivia em famílias sem dinheiro suficiente para manter a casa confortavelmente quente. E esse é um problema mais grave em Portugal do que em muitos outros países da União Europeia (UE).
Olhando para os dados de 2022, Portugal era um dos cinco países da UE com a percentagem mais alta (17,5%) de população a viver sem capacidade financeira de aquecer a casa, sendo o dobro da média da UE (9,3%).
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