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Patrões assumem que já não sobreviveriam sem mão de obra imigrante: “Precisamos de mais”

Trabalhadores estrangeiros de uma empresa de limpezas em Portugal, em Lisboa, em 2024.
Trabalhadores estrangeiros de uma empresa de limpezas em Portugal, em Lisboa, em 2024.
TIAGO MIRANDA

Há áreas da economia onde mais de 40% dos trabalhadores são estrangeiros. Os empregadores já os vão recrutar diretamente lá fora e admitem que, sem imigração, muitas atividades não sobrevivem. Lares, restaurantes, limpezas, pesca, agricultura, construção civil, entregas ou transportes são só alguns exemplos

Se amanhã os imigrantes que trabalham em Portugal se fossem embora, assim de repente, os idosos dos lares perderiam grande parte das mulheres que lhes auxiliam os dias. Milhares de restaurantes teriam dificuldade em abrir, com as cozinhas desfalcadas de ajudantes e lavadores de pratos. E à porta não estariam os estafetas, prontos a pegar na mota e responder aos pedidos das apps de take-away. Os hotéis entrariam numa azáfama inglória para arrumar todos os quartos, abandonados de camareiras. Os escritórios acordariam sujos, porque ninguém lá tinha estado de madrugada a deixá-los um brinco. Em muitas paragens de autocarro, seria infinita a espera por carreiras, sem motoristas que as conduzissem. Os andaimes das obras, inúteis, ficariam um vazio de operários. Escassearia o peixe nas lotas, com os barcos presos a terra por falta de tripulação. E nas estufas, as amoras, e nas árvores, a fruta, amadureceriam para lá da validade sem ninguém para as colher.

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