
Racionamento no abastecimento vai ser maior no Sotavento algarvio, podendo chegar aos 70% no caso da água disponível para a agricultura. Nas torneiras a pressão será menor e vai haver multas para os grandes consumidores
Racionamento no abastecimento vai ser maior no Sotavento algarvio, podendo chegar aos 70% no caso da água disponível para a agricultura. Nas torneiras a pressão será menor e vai haver multas para os grandes consumidores
Jornalista
Jornalista
As condutas estão vazias”, diz João Garcia, presidente da Associação de Regantes e Beneficiários de Silves, Lagoa e Portimão. Desde novembro que a água não chega aos cerca de 1800 agricultores que pertencem à associação e que são responsáveis por um perímetro de rega que abrange 2600 hectares. A grande maioria produz citrinos, principalmente laranja. Sem água, não têm hipótese de continuar a atividade. “Já não falamos em produção, porque a produção vai ser nula. Só queremos tentar salvar as árvores”, diz resignado João Garcia, que fala num prejuízo de “12 milhões de euros” e “muitas famílias que dependem da agricultura” afetadas. “Se não tivermos água, isto vai ser uma catástrofe.”
O precioso recurso hídrico escasseia. “As albufeiras algarvias encontram-se a 25% da sua capacidade, e este ano temos menos 90 hm3 que no ano passado, quando só para consumo urbano vão 75 hm3”, esclarece ao Expresso o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), José Pimenta Machado. A albufeira mais cheia é a de Odeleite, e está a 32% da sua capacidade, e a mais vazia a da Bravura, no Barlavento, a 8%. As águas subterrâneas também não estão em bom estado. “Nos últimos 20 anos houve uma redução de 20% na precipitação na região Sul do país e assistimos a uma anomalia de fraca precipitação na última década, que se agravou desde 2019”, explica.
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ctomas@expresso.impresa.pt