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COP28: “Não usamos metáforas como o sr. Guterres, mas dizemos a mesma coisa, que a emergência climática está em curso”, diz Jim Skea

Jim Skea, presidentedo Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC)
Jim Skea, presidentedo Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC)
Anadolu

Depois de duas semanas na Cimeira do Clima no Dubai (COP28), o investigador Jim Skea, aterrou em Lisboa durante dois dias para receber o prémio Norte-Sul, atribuído ao Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC), que preside. Ao Expresso admitiu que “as atuais medidas nacionais”, em curso globalmente, “colocam o objetivo de 1,5° fora de alcance”. E lembra aos que ainda negam as evidências científicas que estas são claras: “A emergência climática está em curso e só vai piorar. Basta que olhem para as evidências científicas que produzimos.”

COP28: “Não usamos metáforas como o sr. Guterres, mas dizemos a mesma coisa, que a emergência climática está em curso”, diz Jim Skea

Carla Tomás

Jornalista

O Presidente do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC), Jim Skea, esteve em Lisboa para receber o Prémio Norte-Sul 2022 do Conselho da Europa, que foi conjuntamente atribuído à Associação das Cidades Ucranianas esta quinta-feira, na Assembleia da República. A distinção reconhece a duas entidades pelas suas “respetivas contribuições excecionais para promover a resiliência das comunidades locais em tempo de guerra e responder ao apelo urgente por ação climática”. Antes de receber o prémio esteve na Comissão de Ambiente da Assembleia da República onde esclareceu os deputados sobre a importância da ação climática. “Cada fração de grau é importante para reduzir os impactos das alterações climáticas”, frisou, lembrando que atingir ou não a ambicionada meta de impedir que o aquecimento global ultrapasse meta de 1,5°C depende do que as perto de 200 nações do mundo fizerem a nível nacional. No fim, o académico escocês, especialista em energia sustentável, que coordenou o Relatório Especial do IPCC sobre o Aquecimento Global de 1,5C falou com o Expresso.

Como vê o “Consenso” alcançado na COP28? É suficiente o compromisso assumido?
Sou cientista e não político e nós cientistas consideramo-nos muito ingénuos para julgar o sucesso desta COP. Mas posso dizer que a declaração final aborda muitas das questões que o IPCC tem levantado nos seus relatórios científicos. Quanto ao como os países aplicam estas conclusões temos de esperar para ver. Nos relatórios mais recentes, o IPCC tem sido muito claro quanto à necessidade de eliminação progressiva do carvão não ativado e a reduções significativas na produção de petróleo e gás. O que temos de fazer é esperar para ver o que cada país faz para dar seguimento ao acordo que foi alcançado no Dubai.

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