Num país onde não há direito de manifestação nas ruas, a sociedade civil desfilou pela alameda que cruza o enorme recinto da Expo City do Dubai, onde decorre a 28ª Conferência do Clima. Cerca de quatro centenas de membros de organizações desfilaram este sábado com cartazes a apelar a que “os poluidores paguem” e por “justiça climática”. Lembraram que continua a faltar o financiamento ambicionado para o fundo de perdas e danos para ajudar os países em desenvolvimento a mitigar emissões a adaptarem-se aos eventos extremos cada vez mais intensos e frequentes causados pelas mudanças climáticas.
Às palavras de ordem “cumpram as promessas”, juntaram-se as que apelaram ao “cessar fogo, já” na Faixa de Gaza. Os ecologistas não esquecem o “genocídio em curso nas mãos de Israel, nem o “ecocídio” que sofre o planeta. Com cânticos em diversas línguas, desfilaram cartazes a exigir aos “poluidores que paguem”, outros a lembrar que “não há justiça climática sem direitos humanos” e ainda os que criticam que “os mercados de carbono são soluções fósseis”.
Entre os manifestantes dos povos indígenas, encontramos Marcela de uma tribo da Amazónia peruana que exige “justiça para a mãe natureza” e que gostava de ver as propostas dos povos indígenas terem “mais visibilidade nesta COP”, assim como verificada a “reparação histórica por perdas e danos, devida pelos principais poluidores - e que esta chegue aos territórios afetados.
A jornalista viajou a convite da Fundação Oceano Azul
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ctomas@expresso.impresa.pt