Sociedade

COP28. No país onde não há direito de manifestação, centenas de pessoas foram para rua exigir que “os poluidores paguem”

COP28. No país onde não há direito de manifestação, centenas de pessoas foram para rua exigir que “os poluidores paguem”
Sean Gallup/Getty Images

A sociedade civil desfilou na Cimeira do Clima este sábado lembrando que as promessas dos líderes mundiais continuam por cumprir e que o povo tem o poder de agir

COP28. No país onde não há direito de manifestação, centenas de pessoas foram para rua exigir que “os poluidores paguem”

Carla Tomás

no Dubai

Num país onde não há direito de manifestação nas ruas, a sociedade civil desfilou pela alameda que cruza o enorme recinto da Expo City do Dubai, onde decorre a 28ª Conferência do Clima. Cerca de quatro centenas de membros de organizações desfilaram este sábado com cartazes a apelar a que “os poluidores paguem” e por “justiça climática”. Lembraram que continua a faltar o financiamento ambicionado para o fundo de perdas e danos para ajudar os países em desenvolvimento a mitigar emissões a adaptarem-se aos eventos extremos cada vez mais intensos e frequentes causados pelas mudanças climáticas.

Às palavras de ordem “cumpram as promessas”, juntaram-se as que apelaram ao “cessar fogo, já” na Faixa de Gaza. Os ecologistas não esquecem o “genocídio em curso nas mãos de Israel, nem o “ecocídio” que sofre o planeta. Com cânticos em diversas línguas, desfilaram cartazes a exigir aos “poluidores que paguem”, outros a lembrar que “não há justiça climática sem direitos humanos” e ainda os que criticam que “os mercados de carbono são soluções fósseis”.

Entre os manifestantes dos povos indígenas, encontramos Marcela de uma tribo da Amazónia peruana que exige “justiça para a mãe natureza” e que gostava de ver as propostas dos povos indígenas terem “mais visibilidade nesta COP”, assim como verificada a “reparação histórica por perdas e danos, devida pelos principais poluidores - e que esta chegue aos territórios afetados.

A jornalista viajou a convite da Fundação Oceano Azul

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ctomas@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate