Quais as consequências das alterações climáticas na saúde da população mundial?
O aumento do “stress térmico” prejudica os idosos e os residentes urbanos. As doenças infecciosas – a malária, o dengue, a cólera – são propagadas mais rapidamente e o colapso de sistemas agrícolas causa insegurança alimentar e desnutrição. O risco de eventos climáticos extremos é acrescido, como o são os incêndios florestais em Portugal, sob contexto de seca e de temperaturas elevadas, que provocam níveis alarmantes de poluição atmosférica além de vítimas imediatas. A inalação de poluentes mata 7 milhões por ano, é uma pessoa a cada cinco segundos que padece pela exposição prolongada a ar contaminado, 99% das pessoas estão submersas em altos níveis de poluição, enquanto dois terços da contaminação atmosférica provêm da queima de combustíveis fósseis na produção de energia e no uso de transportes. A transição energética poderá salvar milhões de vidas.
E a intoxicação de fontes de água lima?
A escassez de água potável e a falta de saneamento básico matam outros milhares anualmente, enquanto muitos milhões não têm acesso a sistemas de saneamento, sujeitam-se a água insalubre e a doenças diarreicas. As alterações climáticas exacerbam esse problema, porque o aumento da temperatura induz à reprodução das bactérias na água e nos alimentos. As secas dificultam a higiene urbana e as inundações destroem sistemas de canalização. Conjuga-se esta perigosa interação entre aquecimento, destruição, água e saneamento. Populações mais pobres são mais afetadas, latrinas a céu aberto não se coadunam com condições climatéricas extremas. Chuvas intensas nessas regiões resultam em surtos de cólera. A saúde de todos é impactada, mas os mais pobres são os mais vulneráveis.
Consegue nomear doenças causadas pelas alterações climáticas?
O calor extremo aumenta a incidência e a mortalidade das doenças cardiovasculares e respiratórias. As infeciosas são transmitidas mais facilmente e a desnutrição agrava os sintomas das restantes. A poluição provoca complicações no sistema respiratório, como tosse, infeções agudas, cardiovasculares, e está associada ao aumento de cancro, especialmente no pulmão.
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