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No futuro, poderemos ter três meses acima dos 35 graus e a temperatura máxima chegará a 51º

No futuro, poderemos ter três meses acima dos 35 graus e a temperatura máxima chegará a 51º

Portugal entrou na quarta onda de calor este ano e viveu seis em 2022. Espaços verdes com árvores são cruciais para diminuir temperaturas nas cidades

Estamos no início do verão e já entrámos na quarta onda de calor deste ano: em apenas dois dias as temperaturas máximas subiram perto de 10°C em quase todas as regiões do país, pondo os termómetros acima dos 30°C ou mesmo dos 40°C no Alentejo. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê que possam ultrapassar 43°C no Vale do Guadiana e que a situação meteorológica de tempo quente e seco se prolongue até 30 de junho. “A partir daí a onda de calor vai quebrar com um decréscimo da temperatura máxima”, aponta ao Expresso Ricardo de Deus, chefe da Divisão de Clima e Alterações Climáticas do IPMA. Porém, diz, “há um potencial para que se sucedam mais ondas de calor ou, pelo menos, que julho também registe temperaturas acima da média”.

O fenómeno extremo atual — que prolonga por mais de seis dias consecutivos a temperatura máxima diária em pelo menos 5°C acima do valor médio diário no período de referência — está associado à paragem de uma crista anticiclónica entre o Golfo da Biscaia e o arquipélago da Madeira, que traz uma massa de ar quente do Norte de África. Mas sabe-se que as ondas de calor ainda se vão intensificar mais no futuro, devido às alterações climáticas em curso. As concentrações de dióxido de carbono na atmosfera estão 50% acima do que estavam antes da época industrial e já atingiram 424 partes por milhão (ppm) em maio, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial, o que potencia uma catadupa de eventos extremos — entre os quais as ondas de calor. E Portugal é um dos países europeus mais vulneráveis a estas alterações.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ctomas@expresso.impresa.pt

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