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“O fogo era um amigo, agora é o pior inimigo e se não o levarmos a sério vai destruir-nos”

“O fogo era um amigo, agora é o pior inimigo e se não o levarmos a sério vai destruir-nos”

“Mesmo triplicando o equipamento de combate a incêndios, já não se consegue parar o fogo, porque perdemos o controlo sobre a paisagem”, diz ao Expresso o historiador Stephen J. Pyne, cujo livro “Piroceno” é lançado em Portugal nos próximos dias

O despertar para o fogo surgiu quando, ainda jovem, trabalhou como bombeiro florestal no Parque Nacional do Great Canyon, no Arizona, durante as férias. Já o fogo como objeto de estudo surgiu no fim do curso universitário, conta Stephen J. Pyne em entrevista ao Expresso por videoconferência. O historiador americano soma três dezenas de livros, entre os quais o agora traduzido para português pela Zigurate “Piroceno — De como a Humanidade Criou Uma Idade do Fogo e o que Virá a Seguir”, com lançamento marcado para 13 de maio. “Mesmo triplicando o equipamento de combate a incêndios, já não se consegue parar o fogo, porque perdemos o controlo sobre a paisagem”, alerta.

A época do Antropoceno em que vivemos coincide com a do Piroceno. Afinal, o que é o Piroceno?

Usamos o fogo há 200 ou 300 mil anos. Somos a única espécie que o usa atualmente. Desde o final da última glacia­ção, há 10 mil anos, temos um mundo a aquecer cada vez mais rapidamente e a tornar-se recetivo ao fogo. Ao mesmo tempo, temos uma criatura, nós, que transporta e usa o fogo para onde quer que vá. É esta interação que me leva a chamar Piroceno a esta época geológica.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ctomas@expresso.impresa.pt

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