A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) revelou que o nome da psicóloga Rute Agulhas foi apontado, pelo Conselho Permanente da CEP e após consulta aos bispos diocesanos e auxiliares, para coordenar o grupo operativo que será responsável pelo acolhimento e acompanhamento das vítimas de abusos no seio da Igreja Católica em Portugal, em articulação com a Equipa de Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas.
Esta novidade surge depois das decisões tomadas na Assembleia Plenária extraordinária de 3 de março, A constituição do grupo e o projeto serão analisados na Assembleia Plenária que se realiza na próxima semana, de 17 a 20 de abril.
Minutos depois do comunicado da CEP, a própria Rute Agulhas enviou uma nota a confirmar ter sido convidada para “coordenar um grupo que será responsável pelo acolhimento e acompanhamento das vitimas de abusos sexuais no seio da Igreja Católica em Portugal”.
A equipa “está ainda em fase de constituição e o projeto será analisado na Assembleia Plenária da CEP que se realiza na próxima semana”. Rute Agulhas promete mais detalhes a serem divulgados após a reunião da CEP, bem como a data e local de apresentação pública do grupo.
Este organismo vem substituir a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja que era liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht. Em fevereiro, a comissão revelou em conferência de imprensa que recebeu 512 testemunhos validados de vítimas de padres, num total de 564 testemunhos. A rede de vítimas pode eventualmente chegar a “um número mínimo” de 4815 pessoas. Esse número é apenas a ponta do icebergue, revelou um sociólogo que trabalhou os dados recolhidos pela comissão.
Duas semana depois, também numa conferência de imprensa, José Ornelas, presidente da CEP, causou polémica ao anunciar que a Igreja não iria afastar de imediato os cerca de 100 padres denunciados à comissão independente.
Numa entrevista em exclusivo ao Expresso, Ornelas admitiu que não tinha sido feliz durante aquela conferência de imprensa realizada em Fátima.
E nos dias seguintes, as dioceses anunciaram a suspensão preventiva de 14 padres sob suspeita.
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