A Polícia Judiciária realizou buscas às residências associadas a Albino Meireles na quarta-feira passada (29 de março). O padre, de 45 anos, está a ser investigado por abuso de menores e posse de pornografia infantil. Foi constituído arguido, mas saiu em liberdade no mesmo dia.
Segundo noticia esta quarta-feira o Correio da Manhã, o sacerdote foi detido por posse de arma ilegal, depois de as autoridades terem encontrado um revólver e várias munições. A PJ apreendeu também equipamento informático.
O mandado visava a casa paroquial em Serzedo (onde o clérigo viveu nos últimos cinco anos), a residência da mãe do suspeito e uma casa pessoal que está a construir em Lousada.
Albino Meireles está afastado desde 9 de março, por ter sido referido no relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica. Tinha a seu cargo duas paróquias em Guimarães, em Serzedo e Calvos.
De acordo o jornal diário, as buscas resultam de uma denúncia feita a meio do ano passado ao arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, e encaminhada por este para as autoridades. O sacerdote usaria alegadamente as redes sociais para aliciar menores a enviarem-lhe fotografias de cariz sexual.
O padre Meireles é o único dos oito clérigos de Braga que foram citados no relatório da Comissão Independente que ainda estava no ativo. Foi afastado imediatamente, garante D. José Cordeiro, num comunicado onde promete tratar o caso com “transparência e justiça”.
De acordo com a mesma comunicação, três dos nomes na lista “correspondem a sacerdotes já falecidos”. Um outro nome não consta do arquivo da arquidiocese. Há ainda o caso de “um sacerdote que foi alvo de um processo canónico por abuso sexual de menores já concluído e que resultou na aplicação de medidas disciplinares em vigor”.
No entanto, segundo o Jornal de Notícias, esta terça-feira um grupo da Unidade Pastoral de Serzedo e Calvos deslocou-se numa carrinha da junta de freguesia a Braga, para interceder junto do arcebispo em defesa de Albino Meireles.
Apesar da suspensão, Albino Meireles permanecia ativo junto dos fiéis. Como noticia o JN, alguns paroquianos que não concordam com o afastamento tentaram mesmo impedir o bispo titular de Dume de celebrar a missa no fim de semana passado. O sacerdote chegou a ameaçar chamar as autoridades perante as tentativas de boicote, conseguindo assim que as chaves da igreja lhe fossem entregues. As celebrações aconteceram com apenas cinco pessoas em cada uma das paróquias.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt