Doze países europeus — incluindo Portugal — quebraram recordes mensais de temperatura em 2022, mostra uma análise do Copernicus, o Programa de Observação da Terra da União Europeia, divulgada esta terça-feira. O continente europeu registou o verão mais quente de sempre no ano passado.
“2022 foi um ano de extremos, com muitos recordes de temperatura quebrados e um aumento contínuo na concentração de gases com efeito de estufa na atmosfera”, indica a publicação. Além de Portugal, os países europeus que também assinalaram máximos de temperatura em pelo menos um mês foram Espanha, Itália, Grécia, França, Áustria, Bélgica, Letónia, Lituânia, Eslovénia, Estónia e Croácia.
“2022 foi o segundo ano mais quente já registado na Europa. A nível global, foi o quinto ano mais quente já registado e a temperatura média anual global foi 0,3ºC acima do período de referência de 1991-2020 e 1,2º acima do período pré-industrial”, alerta o Copernicus. Antes desta nova marca, o verão mais quente de sempre tinha sido o de 2021, informa ainda o programa da UE, o que mostra claramente uma subida gradual da temperatura.
O relatório indica ainda que a temperatura está a aumentar duas vezes mais rápido do que a média global. Só em Portugal, Espanha e Itália foram batidos recordes em três meses diferentes de 2022. A Islândia, por outro lado, mais a norte, foi o único país da Europa onde a temperatura anual não esteve acima da média de 1991-2020.
“Estes acontecimentos sublinham que já estamos a sofrer as consequências devastadoras do nosso mundo em aquecimento. Os últimos Destaques do Clima de 2022 fornecem provas claras de que evitar as piores consequências exigirá que a sociedade reduza urgentemente as emissões de carbono e se adapte rapidamente às mudanças climáticas”, advertiu Samantha Burgess, diretora adjunta do programa da UE, citada em comunicado.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mtribuna@expresso.impresa.pt